segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Impressionismo

O que dizer sobre os últimos dias? Aprendizado. Raiva. Algumas lições. Solidão. Companheirismo. Descobrimento. Redescobrimento. Alegria. Paz. Mais raiva. Impressões, muitas, muitas impressões.

Tentei pensar em como poderia dizer tudo o que senti. Um texto em prosa seria demasiado longo e cansativo, tanto para ser escrito quanto para ser lido; uma poesia careceria de profundidade e de um vocabulário que não domino. Não acredito, no entanto, que domine outra forma de escrita senão a minha já familiar tempestade cerebral, quase sempre sem sentido, mas profundamente libertadora...

Essas são então as palavras que resumem o que senti nos últimos dias. Descrever como senti cada uma delas seria custoso demais, e não creio eu estar num bom momento para tal empreitada. Apenas estou a escrever por sentir necessidade de dizer algo, ainda que não saiba o que dizer, nem tampouco como dizer. 

Creio que todas essas impressões tenham se mesclado dentro de mim, e o resultado seja um fluxo interminável de sentimentos brutos e delicados, que subindo e descendo em todas as direções tornam o meu eu numa cornucópia assustadora, numa tela espantosamente pincelada de modo a não só prender a atenção do espectador, mas de tornar inquieto seu coração. 

Senti coisas que não sentia há tempos. Que não sabia que podia sentir. Sensações novas, outras nem tanto. Senti coisas que tentei esquecer, que tentei apagar. Senti coisas que ainda me machucam. Senti coisas que me fizeram sentir uma doce alegria, que se tornou amarga com o passar dos dias. Senti coisas que não queria mas que precisava sentir. Senti demais, e continuo sentindo, e tudo isso tem me sufocado, me apertado...

Como saber o que devo ou não sentir? Como filtrar? Como parar de sentir? Como saber se o que estou fazendo é o certo? Como saber se tenho trilhado o caminho certo e não apenas outra ilusão que me levará a minha própria destruição? 

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