quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Resenha - Lovesick 2

Mais uma vez tentando superar a famosa depressão pós-serie. Francamente acredito que minha vida deva ser de fato muito vazia para que eu dê tanta importância assim a uma série e me sinta tão mal depois de seu fim...

Dificilmente continuações, de qualquer tipo, me agradam. Sejam filmes, séries ou livros dificilmente eu consigo gostar da forma como as histórias são desenvolvidas e nem com rumos novos apresentados. Acho que ironicamente tenho dificuldade de aceitar o novo, mas muito embora tenha começado a ver essa série com as expectativas lá embaixo as surpresas foram todas tão positivas que mudei completamente essa concepção.

Lovesick - The Series Season 2, ou só Lovesick 2 é simplesmente fenomenal! Faz jus a fama de uma das primeiras séries BLs dessa nova geração tailandesa e mais, sendo a primeira consegue ser melhor do que muitas outras que vieram depois, tendo servido de inspiração clara para muitas delas.

Bom, não vou explicar o plot da série porque ela só dá continuação a primeira temporada, sobre a qual falei aqui. E continuando de onde a anterior parou ela mostra com muito mais calma o crescimento dos muitos personagens.

Se o principal problema da primeira temporada foi muita história pra pouco tempo essa segunda nos mostrou que eles aprenderam bem com o erro. Essa temporada tem 36 episódios, destoando dos tradicionais 12-13 que comumente tem as outras séries do gênero e mais, desenvolve muito bem os personagens em diversos contextos, mostrando um amadurecimento real, típico da adolescência conturbada que eles vivem.

A série tem de tudo, casais gays (que são o foco), héteros, problemas com amigos, traições, vingança. É quase uma Malhação tailandesa só que com problemas que nos interessam. 

A produção, que já era boa, ficou ainda melhor, e exceto pelo roteiro meio fraco em alguns (muitos) momentos os 36 episódios fluem com grande naturalidade. Tive receio de assistir justamente porque temia que a história se arrastasse lentamente demais, e mesmo não tendo muitos fechamentos que esperávamos, ainda consegue entregar uma história boa, bem coesa e cativante, sem a correria de uma temporada curta e com pouco tempo de tela para resolver grandes problemas.

Os muitos personagens são aqui explorados ao extremo e, pelo que me recordo, todos os arcos foram finalizados (obviamente nem todos com um final decente). Francamente senti meio desnecessário usar os créditos finais para mostrar como terminou a história de certos personagens, ainda mais o casal que praticamente dividiu a cena como principal... Mas quanto a isso falarei de cada um mais a fundo logo abaixo.

A minha maior surpresa com essa season foi a trilha sonora. Muitas musicas e melhor, muitas musicas muito boas! A playlist não para de repetir no meu player e já praticamente decorei todas as letras. Super recomendo a quem queira procurar no Youtube (Lovesick OST) e conferir, não vai se arrepender. Destaque para Pass do Gunsmile e para SHAKE do Boy Sompob, que retornou como tema principal. 

Pois bem, vamos ao que interessa: os casais (boys)!

Phun X Noh 
Phumphothingam Nawat (White) e Kongyingyong Chonlathorn (Captain)
O casal principal continua confuso com os seus sentimentos, ao passo que começam a perceber que não conseguirão fugir deles, ainda mais porque os dois vivem se cruzando e pelo fato de suas namoradas serem melhores amigas.

A temporada se debruça longamente então sobre o questionamento dos dois e sobre seu auto descobrimento. Vemos dois garotos incertos do que seja um romance gay perceberem que na verdade se amam e que estão dispostos a ficarem juntos não importando o que fique entre eles.

A química dos dois atores é muito boa e, ao meu ver, formam um dos casais mais fofos e até mais reais das séries. Achei o máximo ver que Noh não só terminou mais seguro de si e ainda capaz de demonstrar publicamente seus ciúmes. Phun na maior parte das vezes se mostrou bem mais resolvido que o outro, muito embora não seja lá muito maduro também. 

Por fim, creio que foram bem trabalhados, e mostraram de longe o maior amadurecimento entre os personagens. Claro, como a série é focada neles não seria de se esperar um protagonismo excessivo as vezes, como por exemplo o fato de metade dos personagens serem apaixonados ou tentarem algo com Noh, meio desnecessário. De qualquer forma ele se consolidaram como um dos casais mais fofos dos BLs, e acho que devem manter esse posto por um longo tempo ainda. 

Earn X Pete
Luangsodsai Anupart (Ngern) e Paisarnkulwong Vachiravit (August)
Primeira decepção, e talvez a (segunda) maior. Durante as divulgações e até mais da metade da temporada eles foram divulgados como possível casal/triângulo amoroso, que colocaria em cheque o relacionamento de Phun e Noh. Mas na verdade eles foram os personagens mais mal aproveitados da série, em especial Pete.

Earn nutria uma paixão por Noh, e era bem mais resolvido do que este, diga-se de passagem. Ele teve coragem de se declarar mais de uma vez e ainda fazia de tudo pelo carequinha, que não tava dando a mínima para ele (ao menos não de forma romântica); Gostei da interação Earn X Noh pois eles souberam mesclar bem o confronto Amor X Amizade. 

Já a interação de Pete com Earn foi um saco! Sério, os dois tinham uns chiliques um com o outro muito desnecessários e as vezes mais afetados do que o norma. Desvio grave de roteiro e desperdício de dois atores até melhores que os dois protagonistas. August, além de um tremendo gato, é também cantor, mas foi relegado ao 10° plano, mesmo sendo anunciado como possível protagonista...

Infelizmente Pete ficou sendo uma grande incógnita até os últimos segundos da série, muito provavelmente de forma proposital. Em alguns momentos ele parecia sentir fortes ciúmes da paixão de Earn por Noh e em outros ele parecia apenas incomodado em ver o amigo sofrer daquela forma, ou talvez sentisse os dois. Ele também mostrou interesse na Yuri, a ex de Noh, mas até o final não ficou 100% claro se ele decidiu ficar com Earn ou com Yuri. Eu, iludido como sou, prefiro acreditar que foi com Earn. Mas sinceramente, repetindo o que disse acima, se a série teve 36 episódios não era necessário esperar literalmente até os últimos 3 minutos para mostrar o final de um dos arcos mais importantes da série. 

Om X Mick
Napian Nanoob (Na) e Thitipat Min
Eles dividem o posto de meu casal favorito ao lados dos próximos. Gostei muito da forma como os dois foi trabalhada... Om, por ser veterano, se tornou o tutor de música do calouro Mick, e o pequeno logo caiu nas graças do mais velho por ser todo atrapalhado, o que despertou o lado paterno dele, fazendo com que ficasse em dúvidas sobre seus sentimentos. 

Fiquei completamente abalado com a fofura do Thitipat, e era quase impossível ver ele em cena sem suspirar profundamente de vontade de apertar aquele rostinho meigo. 

Mick, mesmo sendo bem novinho, conseguiu entender bem antes do veterano que estava apaixonado e ficou chateado quando o mais velho pareceu se importar mais com outro calouro, muito embora só estivesse sendo o bobo que era, já que Om só tinha olhos pra Mick, e fez de tudo para corrigir os erros que cometeu, quando foi mais grosso do que deveria com o pequeno. 

Me entristeci com o final pobre dos dois e, mesmo o tão esperado beijo acontecendo, para quem teve tanto tempo em tela durante a temporada toda ter um final mais bem amarradinho teria sido melhor. Mas tudo bem... Uma pena nenhum dos dois atores terem atuado em nenhum outro trabalho depois da séries, adoraria ver o Min em outro BL, dessa vez como protagonista!

Per X Win
Cheewagaroon Harit (Sing) e Phumphothingam Tharathon (Oat)
Esses dividem com Om X Mick o posto de meus couples favoritos! Per é amigo de Noh, Om e dos outros meninos da banda, e Win é seu vizinho, que tem problemas com o pai violento. Eles são melhores amigos já há bastante tempo e quando vê o amigo em apuros Per parte pra cima do pai de Win para ajudar, sem saber que assim só contribuía pra confusão, já que os pais deste descobriram que o filho é gay e nutre uma paixão pelo amigo.

Foi muito bonito ver a forma como ele defendia o amigo mas, sendo sincero, a forma escrota que Per teve de encarar quando descobriu que Win gostava dele foi bizarra demais. Ele teve a maldade de cantar uma musica super grosseira na frente de toda escola só para fazer o pobrezinho sair de perto dele. Ele abriu as portas pro concorrente e depois ficou se mordendo de ciúmes quando Win começou a namorar outro. E então quando ele finalmente se desculpou, disse que não correspondia os sentimentos românticos dele, embora continuasse agindo como se correspondesse.

Outro casal a sofrer com os problemas de roteiro e que foram finalizados nos créditos finais. O fim foi até engraçadinho, particularmente não achei de todo ruim, mas admito que preferiria que terminassem juntos e com mais tempo de tela.

Destaque absoluto pro carisma dos atores. Sing é sempre uma figura, mesmo muita gente não gostando dele, e aquele jeito maluco completamente afetado foi muito bom. Também mostrou ser bom ator quando precisou ser sério e até frio, ficava com calafrios cada vez que ele era grosso com o outro e comprei bem a atuação dele. 

Oat é simplesmente maravilhoso. Não tem lá muitas expressões, reconheço, mas sabe conquistar. Ele também aparece em Make it Right, mas não me recordo bem dele lá. Fiquei apaixonado pela carinha triste dele, e pelo sorriso tímido. Se algum dia eu for para a Tailândia com certeza vou sequestrar ele e o Min para mim e colocar os dois num potinho. 

Outros Personagens

Yuri (Charnmanoon Pannin)

Tadinha, a mais iludida da turma. Apaixonada por Noh, sabia que o namorado gostava de outra pessoa e ainda assim insistia no relacionamento fracassado. O cara sequer a beijava e deu bolo nela no dia que a pobrezinha tinha preparado para perder a virgindade com ele. Obviamente ela se assustou quando descobriu que o boy tinha terminado com ela pra ficar com outro cara, mas ainda assim eu a admirei muito por ter sido compreensiva e uma ótima amiga na maior parte do tempo. 

Jeed (Hanwutinanon Nungira)

Ao lado de Noh e Phun ela foi quem mais amadureceu na série. Foi traída pelo namorado e pelas amigas, não sabia lidar com os problemas financeiros do pai e ainda foi abandonada quando começou a se vingar de todo mundo da escola. Essa tomou uns bons tapas da vida antes de se emendar e voltar pro caminho da luz. Por sorte ainda terminou com o boy magia de que ela gostava mas se recusava a ficar por ser pobre. 

Pang (Nuchanart Veerakaarn)

Essa ta aqui só porque eu quero criticar: ELA FOI ABSOLUTAMENTE INCAPAZ DE FAZER A ÚNICA COISA A QUE SE COMPROMETEU NA PORCARIA DA SÉRIE QUE ERA CONTAR PRO PAI DO PHUN QUE ELE TINHA UM NAMORADO, e ainda acabou com o casal que era um dos mais fofos só pra pegar o boy de que ela gostava. Detestei!

Considerações Finais

Uma segunda temporada superior em todos os sentidos à primeira. Absolutamente obrigatória a todos os fãs de BL e uma boa pedida para quem ainda não conhece bem o gênero, afinal não tem nada de apelativo e tudo é conduzido com bastante naturalidade, sem perder a mão no humor que também é muito bom. 

Sem dúvidas uma série digna da fama que tem e mais, digna de reinar ainda por um bom tempo no pódio das melhores!

4 comentários:

  1. Hoje terminei de assisti essa série, a única coisa que me faltou foi ter aproveitado mais a história de Per e Win em triângulo com Mark. Deveriam ter ganhado uma série

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    1. Sim, também acho, fiquei na esperança. Pena que na época ainda demorou um pouco pra começarem a investir mais nos BLs e aí acabaram esquecendo...

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  2. Oi, Gabriel!
    Parabéns pelas suas resenhas, elas são muito gostosas de ler.
    Terminei ontem Love Sick e tô de ressaca ainda...rsrsrs
    Muita coisa eu pulei (principalmente a parte da viagem) e sim, por mais que teve 36 episódios, algumas histórias mereciam sim mais desenvolvimento...
    Falando dos reis...que história! Que desenvolvimento! Noh e Phun...gente, tô encantada. Passando por cada momento, um sempre com o outro e buscando sempre se acertar de alguma maneira. Descobrindo realmente o que é o amor e deixando os outros descobrirem também. Olha, concordo plenamente quando falam que Love Sick desbravou a era dos BLs.
    É muito, mas MUITO legal mesmo ver atores hoje bebês nessa série...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. De óculos, aparelho...ver a Sammy rainha como sempre!
    E constatando que Gunsmile é praticamente um Deus! Apenas...kkkkkkkkkkkkkkkkk

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    1. KKKKKK Eita eita, siiim, as emoções batem forte, fico muito feliz de saber que a primeira ainda é tão boa mesmo quando vemos depois de tanto tempo.

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