quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Da insuficiência da linguagem

Einstein certa vez disse que "duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas quanto ao universo ainda não tenho certeza." Pois bem, eu o parafraseio, dizendo que também a indiferença humana não tem fim. 

Obviamente não poderia me excluir dessa máxima, afinal também compreendo-me inserido dentro do gênero humano. Também me sinto tão indiferente com relação as dores e aspirações do mundo que chego a questionar a veracidade de minha afirmação na frase anterior. 

Mas isso não significa que apenas me sinto excluído, isso seria um eufemismo, não me sinto excluído. Me sinto completa e absolutamente fora do contexto humano. O que é importante para mim é completamente trivial ao outro, e aquilo que todos consideram como prioridade, a mim não é mais do que absolutamente dispensável.

Talvez a minha única semelhança com o outro sejam minha alma e forma humanas, diferenciando-me em todo o resto. 

Será que sou tão diferente assim? Tão errado assim? Será mesmo que sou tão incapaz assim de compreender o outro? Pois tudo o que dizem não me soa mais compreensível do que o balbuciar de macacos. E por mais que fale, tampouco consigo me fazer entender. 

Enquanto choram, perguntam o motivo do choro, e perguntam até mesmo se choram de verdade. Quando riem, perguntam o motivo do sorriso, e até questionam a veracidade do mesmo sorriso. É tão difícil assim se fazer entender? Quanto mais compreender...

A busca pela compreensão, ou ao menos pelo entendimento, tem-se mostrado uma guerra inútil, cuja batalha apenas me cansa, e é incapaz de me satisfazer. 

Deveria eu desistir, e apenas passar a viver sem reclamar do outro a minha compreensão, ou sem buscar entender do outro a palavra? O que fazer quando nem mesmo eu consigo compreender o que digo?

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