sábado, 23 de dezembro de 2017

Direito e realidade

Não é a hora correta de questionar-me quanto as grandes questões de minha existência pueril. Grandes não em complexidade real, mas enormes diante de meu intelecto inferior.

Você nunca se deu conta não é, de que meu olhar era diferente ao te fitar. Nunca notou o quanto evitava te olhar, pois evitava estremecer diante seus olhos doces e perdidos.

Não é a hora de pensar em você. 

Na verdade nunca deveria pensar em você. 

Não tenho esse direito, não deveria me atrever. 

Mas tudo bem, se pra você minha existência continua sendo tão importante quanto a de um inseto. Se meu olhar pra você equivale ao nada. Se meu esquecido equivale a totalidade da inexistência... Mas ainda não devia pensar em você. 

Isso porque uma cobra que rasteja pelo chão não deveria sonhar com o falcão que voa no imenso céu azul. Quando ela o faz, torna-se uma abominação, pois uma cobra nunca poderá voar no imenso céu azul. Apenas o ato de sonhar torna-se herético, por desejar mudar a natureza da realidade.

E a minha realidade é essa. 

Nossa realidade é essa. 

Eu observo sua existência enquanto você sequer dá-se conta, de minha quase inexistência.

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