quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Dor e prazer

Sabe, estou começando a me habituar com as idas e vindas da minha existência. Percebendo, aos poucos, que os dias que passam se assemelham mais com uma roda gigante, uma roda da fortuna, que as vezes se encontra no topo, e outras vezes desce violenta e abruptamente. 

A fortuna, como já disse várias vezes, é mutável, e essa é a sua essência. Ela é como a lua, usando o exemplo dos Carmina Burana, sempre mutável, as vezes crescente, as vezes diminuta. Não há como controlar a sorte, ela é uma força da natureza, e contra uma força da natureza não se luta, apenas se sobrevive!

Nos surpreendemos com a maldade que as mãos do destino podem plasmar em nossas vidas, nos desesperamos com a dor e o horror que ante nossos olhos se mostram. Mas também nos deleitamos com as doçuras que a vida nos dá, com as alegrias e prazeres que enebriam nossos sentidos. A dor e a luxúria se mostram então nos opostos da roda da fortuna. 

É a dicotomia entre dor e prazer que move o mundo. O homem busca fugir da dor e se deleitar no prazer, enquanto causa dor ao outro e lhe rouba seu prazer. Essa é a causa e a razão de todas as guerras e conflitos no mundo, desde a mais ínfima discussão entre parceiros até os mais devastadores conflitos bélicos. A dor e o prazer regem o mundo, são eles os deuses ao redor dos quais gravitam nossas vidas inúteis e ínfimas. A dor e o prazer dominam nossas vidas, e pensamos lutar por eles, e a eles conquistar, quando na verdade apenas damos voltas nas palmas das mãos do destino. 

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