quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Das marcas

Tem marcas deixadas por ele em todo meu corpo. Essas dizem que ele esteve em mim, como eu estive nele, e relembram a posteridade dos meus dias uma história ainda inacabada. 

O perfume dele ainda continua forte no meu quarto, e quando me deito, as lembranças dos momentos intensos que vivemos ali vem a tona com força, e me inebriam novamente em furor. 

Marcas

Marcas no meu corpo, na minha memória, nos meus sentidos, no meu quarto. 

Mas são marcas que atestam a existência daqueles momentos que passamos juntos, não mais do que isso. Antes, teria eu afirmado que seriam marcas de um amor que ainda não foi vivido, apenas experimentado, e que tudo aquilo era sinal de algo latente ainda mais poderoso que a paixão. Mas dessa vez, não! Não passam de marcas que sim, me recordam, mas não me fazem crer num futuro utópico e feliz. 

São marcas, não signos de esperança. 

São marcas, não ideais a serem alcançados. 

São marcas, declarações de desejo, não de amor. 

Me contento em agora olhar para essas marcas e não mais sofrer, mas apenas me alegrar em recordar tudo o que se passou. Não há necessidade de mais significados do que isso. Melhor que deixe minha natureza simbólica apenas interpretar os símbolos da religião e da filosofia, e não sonhar em interpretar as marcas da paixão.

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