terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Sobre uma existência patética

Ainda ontem me questionava sobre os motivos que fazem as coisas, a vida, serem como são. O que faz a minha vida ser como é? 

Seria a estrutura da realidade a responsável por ditar tudo que é e acontece? Ou nós temos algum poder e influência sobre essa estrutura? Podemos nós mudar a realidade ou apenas por ela somos moldados e, por não conseguirmos delimitar a real forma dessa estrutura, acreditamos por ela sermos limitados? 

Gosto de pensar que as coisas são como elas são. E que isso não se trata de uma limitação, mas sim de uma estruturação. Bom, minha mente é então a responsável por imaginar coisas além da possibilidade e, com isso, sofrer por acreditar ser limitada.

Percebo isso quando me vejo perdido em devaneios, sonhando com realidades que nunca irão se concretizar. Mundos fantásticos, acontecimentos igualmente impossíveis, enfim, toda sorte de coisas que nunca vão acontecer. Tudo isso me paralisa antes as possibilidades que se encontram bem aos meus olhos, e me impedem de dar sequer um passo rumo a realidade. Isso porque toda vez que a realidade me toca com seus tentáculos gelados, me sinto obrigado a retornar para a seguridade do meu pensamento. Mas nem isso tem sido suficiente para me apartar do desespero que a realidade me proporciona.

Daí surge o desespero, da constatação de onde me encontro na realidade. À margem. À esquerda. Apartado de tudo e de todos que, vivendo, sabem o que fazer com sua própria existência. Eu, por outro lado não consigo mais do que viver, sem saber o que fazer. 

Daí também me surge a dificuldade em querer sair, em querer olhar ou ouvir o outro. Tudo me ofende, dói, tudo me faz querer ficar sozinho, no silêncio, sendo acompanhado apenas pela musica que, ao fundo, não me maltrata, não me assusta. 

Uma existência patética, eu sei, mas a única que eu tenho. Um existência que sonha, idealiza e nada realiza.

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