sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Sobre a existência

O inferno são os outros!

Uma verdade que a cada dia se impregna com mais força no meu ser. 

O meu ser. 

Uma máquina que causa dor. Uma medida para a dor. 

Essa parece ser a única coisa em comum a todas as pessoas: a dor! Parece que somos feitos apenas para machucar e sermos machucados. 

Será essa a razão para nossa existência? 

Ferir uns aos outros, enquanto caminharmos pela terra, e apagar nossa existência patética deixando aos outros mais dor? 

Os limites de nossas existências se revelam lâminas afiadas, que se chocam umas com as outras, provocando em todos a mesma sensação horrível de que se está sendo invadido, violado, destruído. 

E assim vivemos, destruindo uns aos outros, contínua e ininterruptamente, dia após dia, sem piedade. Apenas assim vemos realizada a nossa existência patética, movida pelos desejos torpes de nossas mentes distorcidas pela dor, pelo horror.

E quando mais dor nos causam, mais buscamos amor nos braços que nos chicoteiam. Ah, nossos infernos são os outros. Somos os infernos uns dos outros. 

Sartre disse que "o homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio" e o que fazemos? Fazemos de nós escravos de um sentimento que nós mesmos criamos para preencher um vazio no âmago de nossa existência. O homem não é nada mais do que um escravo, condenado a perpetuar sua existência nos chicotes ensanguentados que nós mesmos colocamos nas mãos de nossos senhores. 

Essa é a essência patética do homem.

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