Você é uma pessoa distante, que no entanto se encontra sempre alguns passos longe de mim. Uma existência distante, que no entanto pode tocar a minha se erguer os braços.
Uma existência próxima como um amigo próximo, mas distante como os polos de um planeta, ou como os braços da via-láctea. Uma existência distante que eu só posso desejar que esteja próxima a mim.
Uma existência que desejo tão próxima que se confunda comigo. Que já não possa mais ser delimitada como algo que esteja fora de mim.
Assim é feita minha existência: de um conjunto de existências distantes, que nunca chegam a se tornarem próximas o suficiente para que sejam uma só comigo.
Por isso essas existências provocam em mim o desejo de que sejam uma só comigo.
De onde vem todo esse desejo, de diminuir a distância entre a minha e a outras existências.
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