Eu devia odiar a sua imagem. Devia odiar o seu semblante. O seu riso. O seu nome. A sua personalidade.
Devia odiar a forma como me faz sorrir mesmo quando estou irritado, e como desmonta quase sem argumentos os edifícios que monto pra me afastar de você.
Devia odiar tudo o que me faça recordar o que é, quem é e o significado que tem na minha vida.
O que você significa para mim? O inalcançável.
Você é para mim aquele útero primitivo que a humanidade perdeu tempos atrás. Você é o complemento pro vazio que existe bem no âmago da minha existência e que me assombra desde meu primeiro pensamento.
Eu devia odiar a sua imagem. Devia odiar o seu corpo perfeito. Devia odiar o seu olhar profundo. Devia odiar a sua voz desconcertante.
Eu devia odiar o fato de que foi você quem deus as costas a mim, e que me trocou na primeira oportunidade que lhe pareceu mais benéfica. Eu devia odiar a você e não ela, pois ela não te tirou de mim, mas antes disso, você é que preferiu ir, e voltar decepcionado.
Eu devia então odiar a forma como você se foi, e odiar ainda mais a forma como voltou. Mas não. Não consigo odiar você.
Não consigo odiar sua imagem, nem seu semblante, ou seu sorriso, ou seu nome, ou qualquer coisa relacionada a você! Isso porque não consigo odiar se eu amo você. Não posso, não sou capaz de tal feito.
Tudo o que posso fazer é te amar. Independente do quanto me fez sofrer ou chorar, independente do quanto ainda vou chorar. Tudo o que consigo fazer é ainda pensar em você como a serpente obsessiva olha a águia a voar sob o céu azul.
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