terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Obcecadamente

Foi me imposta hoje a contemplação de sua beleza. Não pude fugir, ou me esconder da sombra de sua existência a oprimir o meu ser. 

A sua imagem apareceu a minha frente, e não pude sequer desviar o olhar, pois como o sol poente a cor de seus fulgurantes incendeia até o cantos mais remotos da existência, e abrasando meu ser me vi impotente ante a imponência da palavra que pronunciava seu nome, doce com a mais bela sinfonia jamais composta, ou a ópera jamais cantada. 

Como um Davi fulgurante sua imagem erguia-se por entre as entranhas da minha mente, e sendo o centro de minha galeria particular, ali todas as luzes voltaram para você, e sem saber como raciocinar, apenas me dediquei em ali te contemplar.

Altivo, branco, marmóreo, retilíneo. Com o cabelo negro a me recordar a imensidão escura do universo infinito, tal qual é o meu amor por você, e tal qual é a distância entre nós dois. 

Infelizmente não conheço adjetivos melhores que possam descrever a distância que me separava de você. É uma distância tão grandiosamente concebida para nos separar que pergunto-me se o destino arrependeu-se de permitir que o conhecesse, ou se o nosso conhecer foi um erro, um deslize de sua onipotente vontade. 

Bom, quer tenha sido um erro, ou um ato proposital, a única certeza que tenho é a de que duas coisas marcaram minha vida de maneira permanente: a sua vinda, e sua partida. 

Ah, quem há de compreender meu amor, por você? Que coração, quererá e poderá me corresponder, da forma infinita como amo, obcecadamente, amo você?

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