segunda-feira, 3 de junho de 2019

Das próprias ilusões

Sou mesmo um grande bobo... Cientistas vieram aqui em casa e comprovaram: existe uma velocidade no universo maior do que a velocidade da luz. Chama-se "Velocidade em que o Biel se apaixona por qualquer menino fofo que sorria pra ele sem motivo aparente".

É IMPRESSIONANTE como eu consigo cometer sempre o mesmo erro, sempre me deixando apegar por pessoas que são educadas demais e com isso acabo achando que pode haver algum tipo de interesse por parte delas. E sempre acabo triste por ver que, na verdade, eu nada significo para elas. 

Isso porque eu sou apaixonado por sorrisos bonitos, isso porque tenho um fraco para olhares afetuosos, para demonstrações de carinho aparentemente gratuitas. Isso porque meu lado romântico e fantasioso se compraz em acreditar que alguém no mundo faria algo de bom para mim sem nenhum interesse, quando na verdade a educação dispensada a todos é apenas uma cortesia qualquer, não uma declaração de especialidade ou de afeto.

Seja um completo desconhecido no ônibus ou um colega da faculdade ou da igreja, basta um toque diferente, um abraço meio segundo mais demorado ou um sorriso um pouquinho mais amarelo... Pronto! Já é suficiente para eu começar a suspirar. E então tudo se pinta de rosa... Uma gota de chuva se torna um beijo do céu na terra, uma brisa qualquer se torna uma carícia do vento e a noite se torna um mar de veludo onde deitam-se os amantes...

E eu continuo sendo assim... Quando fecho os olhos ainda penso no sorriso doce, no olhar de afeto, e isso e faz ficar bem, ainda que quando eu abra os olhos tenha toda essa impressão destruída pela realidade...

Esse meu lado carente é o responsável por toda essa ilusão, é como se eu ficasse sempre suscetível a ser enganado, ainda que nem sempre queiram me enganar. Nem precisam querer me iludir, eu mesmo faço isso por eles... E assim eu sigo a vida, sendo iludido por sorrisos e olhares, sendo destruídos por verdades...  

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