"Tudo bem não estar bem às vezes."
Acabei de ouvir isso, e chorei, chorei compulsivamente como se essa fosse a maior verdade da existência humana. Chorei porque, de certa forma, a carga emocional que despertou em mim foi semelhante a de um raio que, cortando o céu atinge com força o chão, incendiando tudo ao seu redor. Meu coração ressequido foi incendiado, e então queimei em lágrimas porque esse sou eu.
Sou eu quem tem lutado para estar bem, a cada minuto do dia, tentando abafar as vozes da minha cabeça que constantemente sussurram e até mesmo gritam-me coisas horríveis. Sou eu quem tem lutado para estar bem mesmo estando péssimo. E sou eu quem acha que se tornou um peso para os outros, sou eu quem acha que se tornou dispensável, oscilando entre momentos de lucidez e insanidade quase absolutos três vezes ao dia. Sou eu quem tem lutado contra demônios e fantasmas, tudo isso para conseguir sair na rua sem pensar que cada pessoa tem motivos para me odiar e que cada amigo tem razões para tramar a minha morte. Sou eu quem tem sofrido os golpes pesados do destino como marteladas em minhas costelas, arrebentando com o mínimo que há de bom senso em mim, escoado pelos buracos das paranoias que tecem o véu de minha pequena mente distorcida.
Venho tentando de tudo. Busquei me distrair com novas músicas, maratonas de filmes, me arrisquei nas bebidas, me entreguei a compulsão pelas compras gastando o que não tenho... Mas nada adiantou. Isso porque não é um sentimento ruim que há em mim. Eu estou doente e preciso lutar contra isso que consome minha mente e meu coração a cada dia, isso que me deixa na fronteira da loucura a todo momento.
E estou lutando, e continuarei lutando, até onde aguentarem as minhas já esquálidas forças. Não sei onde isso me levará, mas tudo bem, tudo bem não estar bem às vezes!
Tudo bem não estar bem o tempo inteiro
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