quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Atmosfera de sonhos

Noite de chuva. 

A lua brilha timidamente no céu, enquanto no chão cai um torrente cristalina que reflete a luz das ruas numa profusão de raios brancos e amarelos. O mundo se molha lá fora, a chuva a todos toca de alguma maneira. O reflexo da luz nas gotas de água criam uma paisagem belíssima que, acompanhada do som inspirador da mesma precipitação nos faz mergulhar nos mais profundos sonhos. 

É impossível não ser tomado por essa atmosfera onírica. 

Aqui dentro eu fico hipnotizado com sua figura. Seu corpo molhado e nu é um quadro que eu não poderia esquecer nem mesmo se quisesse. Sua figura cor de bronze como uma estátua esculpida pelos deuses. As gotas de chuva escorrem lentamente pelo seu peito, torneando seus mamilos entumecidos e as veias dos seus braços. Formam uma linha fina e brilhante pelo seu tronco, descendo sinuosamente pelo seu umbigo e abaixo dele, onde me perco em pensamentos que não posso descrever aqui. Sinto meu coração bater mais forte, conforme vou olhando aquela pequena gotinha deslizar lentamente por você, descendo pela sua cintura. A vontade de te puxar para perto de mim é real. 

Os óculos embaçados pela sua respiração ofegante. O que será que seus olhos veem quando você me olha? Queria poder saber como sou aos seus olhos. E quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar o céu lá fora retumba num grandioso e sonoro trovoar. Lábios vermelhos que você mordeu para me provocar, meu rosto enrubesce, minha respiração falha quando você pronuncia meu nome com a sua voz de veludo.  Meu nome em seus lábios é uma canção ainda mais hipnotizante que a da chuva que cai lá fora. 

Apago a luz e deixo o tempo passar, não temos motivos para esperar. Você todo é um paraíso de prazeres idílicos que me fazem enlouquecer de desejo. O toque de suas mãos grossas me faz arrepiar. Tocar os seus braços fortes é um ato lascivo e luxurioso que eu me atrevo a cometer. Não posso me furtar a desejar sua boca na minha, pressionando meus lábios contra os seus. Somos somente eu e você!

O meu calor passa a aquecer o seu corpo frio pela água da chuva. O beijo quente faz evaporar aquelas gotas que ainda não haviam desaparecido pelas linhas do seu corpo, linhas essas que exploro com meus lábios e com meus dedos, explorando cada centímetro do seu corpo perfeito, despertando em você seus instintos mais primitivos. 

Terminamos rolando na cama, nossos corpos entrelaçados, o sussurro das obscenidades e os gemidos de prazer abafam o som da chuva que bate pesadamente contra a janela. Cada toque, cada beijo é uma explosão de sensações que compartilhamos numa troca elétrica que perpassa nosso ser. Por um instante nos tornamos apenas um, um só corpo, um só coração. 

A noite termina como começou, a chuva ainda cai la fora, e agora embala o sono cansado de dois jovens que se entregaram ao prazer de se possuírem sem limites. Velados pela tímida lua e pela chuva cantarolante nós adormecemos exaustos, porém satisfeitos com aquilo que encontramos no outro. 

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