quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Nesses dias

O que me acontece nesses dias? 

Abri os meus olhos de manhã, mas o meu corpo não acordou. Meus braços e pernas não me obedeceram quando decidi me levantar. No máximo consegui rolar para o outro lado e sentir o vapor quente do ventilador sendo lançado sobre meu rosto. 

O teto do meu quarto é braco, mas por algum motivo eu achei ele bem pouco familiar. A música cessara, o que eu estava ouvindo mesmo? Já nem me lembro mais... Algumas obrigações me surgem a mente. Tenho de pegar alguns documentos da igreja. Mas eu não tenho forças para me lembrar onde. 

Em dias como esse só me resta esperar esse torpor passar. É como seu meu corpo estivesse anestesiado, sem nenhuma força para nada. Apenas fico deitado, virando de um lado a outro da cama, sentindo dores por um exercício que não fiz. Embora parado há dias é como se tivesse corrido muitas maratonas, meu corpo reclama como se meus músculos estivessem a ponto de partir-se, rasgando cada fibra, rompendo-se pouco a pouco. 

Um grande vazio preenche a minha mente. O nada torna-se um peso enorme sobre meu peito. Pensar nos outros me causa uma estranha sensação: não quero sair daqui! Mas tampouco quero ficar aqui, tampouco quero continuar parado pois sinto que se não me mexer logo, eu simplesmente morrerei aqui, parado, de boca aberta. 

As vezes me parece, em dias como esse, que esse é meu único destino: esperar pacientemente pelo dia em que a irmã morte venha dar-me um abraço e cobrir-me com teu manto. É, não me parece um futuro muito promissor não é mesmo? 

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