domingo, 6 de outubro de 2019

Sobre ainda crer

Algumas histórias de amor mexem com nosso coração de um jeito diferente. Deixa-nos quentes, abraçados de certa maneira por aquilo que desejamos em nosso íntimo. Acho que, como bom romântico e sonhador que sou eu me torno vulnerável as belezas de histórias de amor aparentemente bobas aos olhos dos outros, mas eu sou assim.

Vejo beleza no amor, e uma beleza de inigualável idílio. O amor expresso na arte é algo que encanta meus olhos e apetece minha alma. O amor expresso na arte é algo que me faz ainda ter desejo de viver. Isso porque o amor vem carregado de esperança, de um não sei de quê que promete virar nosso mundo de cabeça pra baixo. 

Oh, como são belas as histórias de amores arrebatadores, que chegam do nada e mudam tudo. Coisas assim fazem meus olhos se acenderem com um brilho especial. 

Alguns preferem romantizar a solidão, numa farsa autossuficiente. Eu não minto para mim mesmo e nem para o mundo, desejo uma companhia, alguém para compartilhar as tristezas e alegrias dos meus dias, alguém para brincar, para ser um em dois, alguém para assistir comédias românticas e sorrir e chorar como se não houvesse nada mais importante no mundo. 

Não vejo beleza na solidão, muito embora ela seja minha sina. A minha solidão foi, de certa maneira, uma condenação e uma autoimposição. Uma condenação pois não pedi por ela e uma autoimposição pois, quando tive oportunidade de mudá-la um pouco eu optei por não fazê-lo. Isso porque não encontrei na multidão as respostas que buscava no íntimo do meu coração. Essas respostas só posso consegui-las numa partilha íntima, numa exposição total do meu ser desnudo de todas as cascas e máscaras numa relação de entrega absoluta. Apenas o amor contém as respostas que busco.

Muito embora ele hoje me seja uma miragem distante, um ideal ainda platônico a ser atingido quem sabe num futuro longínquo ou num sobrecéu eu ainda acredito no amor, mesmo quando a desilusão e o desencanto me fazem não querer crer em mais nada. Não consigo fazê-lo e, mais uma vez não posso mentir para mim, ainda creio no amor. 

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