quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Primeiras Impressões

Pois bem, após breves horas de voo e mais algumas na estrada finalmente chegamos em terras catarinenses: estamos em Joinville, como já há um bom tempo desejávamos. Ainda não consegui organizar o pensamento o suficiente para dizer quais são as minhas primeiras impressões, então vou tentar fazer isso aqui. 

De qualquer modo todo julgamento vai ser influenciado pelo peso do cansaço acumulado dos últimos dias. Não dormi direito à noite e o esforço demasiado me pegaram com força mas ter chegado aqui não significa que eu possa descansar, antes disso, ainda precisamos encontrar uma casa aqui e parece que ninguém está atento pra urgência dessa necessidade. Sinceramente eu não consigo entender como minha família pode achar minimamente aceitável guardar a mudança inteira num galpão indefinidamente até conseguir uma casa aqui. É mais um caso claro de falta de senso das proporções onde o crivo do bom senso foi simplesmente abandonado. 

Pois bem, dito isto, eu caminhei um pouco por algumas ruas, o pessoal estava um pouco ansioso e queria ver alguma coisa. A primeira diferença óbvia é que as casas seguem mais ou menos os mesmos padrões, o que dá ao todo uma unidade, mesmo que tenha crescido de modo orgânico, e isso é fácil de perceber vendo os polos comerciais que se formaram, a cidade não é aquele caos que era no Goiás. Quase todo mundo tem um jardim e isso por si já deixa as coisas mais bonitas. 

Visitei uma igreja uma ou duas ruas acima da cama em que estou ficando, por fora é até bonita mas dentro ela tem aquela pegada inconfundível da Teologia da Libertação, com uma pintura exagerada no presbitério, nada como um afresco ou um vitral, um altar nu formato esquisito e um menorá na frente do ambão. Sinceramente nunca entendi a necessidade de um menorá num presbitério, mas tudo bem, a igreja que eu vou frequentar aqui vai depender da casa que eu conseguir. 

Eu realmente estou cansado demais pra dizer mais do que isso, além do que ainda estou preocupado com a questão da casa pra conseguir me distrair, e ainda tem o barulho inevitável de uma casa com nove pessoas. Infelizmente não foi uma decisão prudente decidir vir sem antes ter preparado o que devia ter sido feito. Mas bom, de todo modo as coisas parecem que têm de ser assim, e isso significa que os fatos devem ser aceitos em sua totalidade como a linguagem própria da realidade e, encarando-a de frente, podemos tentar agir sobre ela de alguma forma. 

Essa foi uma reflexão que fiz durante os momentos de espera entre uma condução e outra. Enquanto olhava pro céu pelos grandes vidros do aeroporto eu via as nuvens passar, os aviões imensos e como as pessoas iam e vinham para todos os lugares pelo céu. Ao contrário do que alguém poderia dizer isso mostra não um desafio a natureza mas uma concordância a ela e a sua força para assim, conseguir agir sobre ela. 

Não veja isso com um pessimismo que eu sei que é claro nas minhas palavras, mas talvez seja apenas efeito do cansaço e da preocupação, eu ainda não consigo confiar o suficiente pra me entregar a ponto de fechar os olhos tranquilamente e não me preocupar. Preciso melhorar isso aqui em mim. 

Um comentário: