terça-feira, 12 de setembro de 2017

Resenha - 2 Moons

Deveria estar preocupado com minha pós-graduação, e em terminar de escrever o meu artigo, mas atualmente a minha maior preocupação tem sido acompanhar algumas séries que me foram indicadas por uns grupos do Facebook de que participo. 

Acabei de terminar a favorita da temporada, 2 Moons, e uma das mais polêmicas também, diga-se de passagem. No geral terminei com uma impressão bem positiva até, muito embora diferente das anteriores esta não tenha tido nenhuma grande mensagem, ou algo do tipo, mas apenas teve uma história cativante e bem gostosinha de se ver...

Pra começo de conversa ela é baseada numa novel, como a maioria das séries tailandesas que vejo, e a autora publicou três livros. Ainda em fase de pré-produção ela já tinha sido destaque na mídia por conta de uma polêmica envolvendo o diretor e produtor, que anunciou que não aceitaria atores gays no elenco, muito embora a série seja justamente sobre um romance gay. Muitas pessoas então iniciaram uma espécie de boicote, tanto aqui quanto na Tailândia, alegando que seria uma grande hipocrisia, e é bem verdade, mas sendo sincero, não acho que meu download ilegal iria interferir em algo então não me preocupei. Assim que foi lançada no entanto o pessoal do boicote sumiu misteriosamente e tudo o que eu via eram os comentários exaltando a série como sendo a melhor do gênero, inclusive superior a outros nomes de peso, como a lendária Addicted Heroin e Lovesick, o que convenhamos, quer dizer muita coisa.

Decidi então acompanhar porque se tratava de um produção bem grande e não tão independente quanto algumas outras, o que obviamente indica uma qualidade superior em muitos aspectos, além de alguns pontos negativos, claro.

Pra começo de conversa não acho que seja a melhor do gênero, nesse quesito acho que SOTUS ainda reina, mas ela tem sim muitos pontos positivos, que com certeza a colocam no rank. E não me arrisco a dizer que seja a melhor da temporada porque ainda tem SOTUS S, I Am Your King que tá rolando e What The Duck

O plot da série é bem simples, Yo nutre uma paixão platônica por Pha já há vários anos, e decide ir pra mesma faculdade que ele. Lá, ele é eleito lua (uma espécie de mister) do seu curso e vai concorrer ao lugar de lua da faculdade, prêmio que seu amado e agora veterano ganhou no ano anterior (daí o nome da série, Duas Luas). Mas todas as vezes que eles se encontram acabam discutindo pelos motivos mais bobos, o que o deixa com a impressão de que nunca conquistará seu amado. Além deles há também outros dois casais, Beam e Forth, que não foram explorados nessa temporada mas já foram apresentados na abertura como um casal e Ming e Kit, que começaram a se conhecer melhor mas também não foram muito explorados. Todos amigos de época do colégio que na faculdade começam a viver suas aventuras em busca do descobrimento do amor.

Só a sinopse já nos leva ao primeiro problema da série: Como ela é baseada numa série de livros e já foi anunciada como um projeto de 3 temporadas é normal que muita coisa ainda tenha ficado sem explicação, mas achei meio absurdo um dos três casais principais não ter tido qualquer tipo de interação ao longo de uma temporada inteira. Não houve sequer um diálogo entre eles e as únicas cenas em que estiveram juntos nem sequer pareceram notar a presença um do outro. 

A primeira temporada foi totalmente focada no casal principal, Yo e Pha, o que gerou em mim alguns incômodos com relação ao protagonismo excessivo. E ainda falando deles, achei meio desnecessário também certas enrolações, digamos assim, no relacionamento deles. Mesmo depois de ambos terem esclarecido seus sentimentos eles ainda relutavam em se comportar como um casal mesmo a sós, foi meio incômodo no sentido de que o tempo em tela poderia ser melhor aproveitado no aprofundamento dos personagens, mas eles pareciam apenas repetir as mesmas cenas em contextos e cenários diferentes. E a insegurança deles também era exagerada, até pra um casal gay. Poxa vida, o tal Yo tinha um altar com um monte de fotos do outro e ele ainda tinha dúvidas se o menino gostava dele? E se ele gostava do outro a ponto de fazer o tal altar, não precisava ter enrolado tanto pro primeiro beijo, nem de ficar fugindo dos abraços e carinhos do moço daquele jeito.

E então isso nos leva aos pontos positivos. Gente, Pha é quase um homem perfeito, pois além de extremamente bonito e inteligente é atencioso e muito, muito dedicado. Tive até dó dele em vários momentos porque era óbvio que o outro se aproveitava dessa atenção toda que ela dava pra esnobar o pobrezinho. 

Pois bem, o carisma de todos os personagens é excelente, e souberam diversificar bem as personalidades. Yo é irritadinho e tímido, porém fofo, e todos querem apertar ele, que se finge de sonso, ou talvez o seja de fato; Pha é bonito, e sabe disso, e por isso é muito metido, mas é também um cara de bom coração; Ming é extremamente divertido (basicamente todas as risadas da temporada são provocadas por ele ou pelo Beam) e um grande amigo, que sempre apoiava o Yo e ainda o protegia em dados momentos, inclusise sendo confundido como namorado dele várias vezes; Kit é nervosinho e um bom amigo, age como um cupido pra Pha e Yo, aproximando os dois, mas não consegue lidar muito bem com Ming, que fica no seu pé; Beam é mulherengo e um bobo, mas muito fofo e Forth o famoso partidão, sério e reservado, mas muito atencioso também, um cavalheiro.

A atuação não é das melhores mas bem superior a maioria dos lakorns, e ao que me parece o diretor, ou quem quer que tenha escalado o elenco, fez um bom trabalho. Novamente fiquei apaixonado por todo o elenco, e a cada dia estou mais convencido de que a Tailândia é lar dos homens mais lindos do mundo. Destaque pro gato do Thanit Itthipat (Pha) que mesmo numa série consegue matar a gente só com o olhar! O mesmo pro Jarujittranon Tanapol (Beam), que terminaria com qualquer relacionamento com apenas uma piscada se quisesse. O Pinnirat Suradej (Yo) é um fofo, dá vontade de apertar e colocar num potinho, mas as vezes achava ele meio inexpressivo, como se ficasse hipnotizado pela bela beleza do Thanit, o que eu considero super aceitável, afinal quem não ficaria? 

A fotografia da série é fantástica, e o espectador fica deslumbrado com a beleza com que cada cena foi produzida. Gosto muito dessa característica tailandesa de montar cenas com poucos elementos, mas que se encaixam perfeitamente, deixando a gente com a impressão de que, mesmo sendo simples, não falta nada. 

Diferentemente dos outros lakorns esse tem uma trilha sonora fabulosa. A abertura, além de linda, foi usada como incidental várias vezes, casando muito bem com as cenas em que foi inserida. E o mesmo vale para a famosa 1 2 3 4 5  I LOVE YOU, do The Bottom Blues, que eu já conhecia mas não curtia muito, e agora tenho ouvido 3 vezes ao dia, de tão viciado que fiquei. As outras incidentais também combinavam muito com as cenas, o que me deixou muito feliz já que na maioria das outras séries ficava com a impressão de que as musicas não eram apropriadas ou que faltava musica... Realmente não aconteceu aqui.

Enfim, exceto por alguns excessos de roteiro, como a repetitiva enrolação e protagonismo em demasia, 2 Moons é uma série fantástica, absolutamente obrigatória a todos os amantes do gênero e também indicaria até pra quem não é, pois embora não aborde temas complexos ou diversos, é bem divertida e tranquila de se ver. 

Terminei a noite com um enorme sorriso no rosto, uma sensação de felicidade no coração e já ansioso pra segunda temporada, ainda sem data de estréia! 
Kit, Ming, Pha, Yo, Beam e Forth.

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