quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Sobre ser grande

É a terceira vez hoje que tento escrever, dizer algo de valor, ou algo belo, ainda que seja triste. Mas nada me vem a mente. Será que minha veia poética apenas existe quando um sofrimento me atinge? Ou será que essa é só mais uma das tantas crises que se anunciaram num momento de silêncio, como aquela calmaria ensurdecedora antes da batalha?

Hmm, típico de mim, romantizar até o silêncio de um bloqueio criativo... Mas o que seria do mundo sem os poetas? Bom, provavelmente seria igual, só que sem poesia. Não que eu seja um poeta, claro, sou apenas um cara de coração partido com um leve distúrbio de ansiedade que escreve aquilo que não pode dizer porque ninguém iria querer saber. E isso não faz de mim um poeta, mas só um cara chato.

Um cara que não sabe como administrou as próprias crises e que não faz a menor ideia de como ajudar o amigo com as dele. Isso me irrita. Essa insuficiência me irrita. Saber que há tanta coisa a ser feita e que não consigo realizar nenhuma delas me irrita de tal forma que tenho vontade de gritar. Não consigo fazer nenhuma das coisas que são importantes e ainda estão por serem feitas. Mas me falta o poder para realiza-las. 

Eu não consigo fazer nada. 

Eu não sou bom em nada. 

Eu não consigo fazer nada porque sou fraco.

Fraco.

Fraco. 

Fraco! 

E pensar em tudo isso me irrita. Mas do que adianta minha raiva? Se não força para nada ela é apenas barulho, ruídos lançados ao vento por uma mente voraz... E barulho não realiza nada também, tampouco posso tirar alguma força daí. Acho que porque pra alguém destinado a ser fraco, não há possibilidade de ser forte. 

Tudo o que posso fazer é me contentar com minha insignificância, a atendo-me a ela, fechar-me em mim mesmo, sem que nada de grande ou importante possa fazer. Talvez tenha nascido para a mediocridade, e assim tenho vivido cada dia de minha vida, sem perspectiva de melhora ou crescimento. Porque é assim que os medíocres vivem. 

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