terça-feira, 17 de julho de 2018

Um diálogo

Uma postagem na internet dizia: "Cite um sentimento, e eu vou citar uma pessoa que desperta em mim esse sentimento."  E eu citei:

Companheirismo

Qual foi a minha surpresa quando vi meu nome na resposta, dizendo que eu sou sinônimo de companheirismo, para um grande amigo. Uma doce alegria me dominou no instante exato que meu nome surgiu naquela tela. O diálogo a seguir se deu de forma privada, momentos depois disso.

- Sabe, eu me surpreendo quando alguém diz isso, porque eu sou o tipo que as pessoas procuram quando querem que eu faça algo que elas não querem fazer, então dificilmente sinto que alguém me procura porque confia, porque quer. Isso faz eu me senti um pouco menos desprezível...

- Eu sei como é, passo muito por isso também...

- Mas obrigado, e desculpe se em algum momento fiz você pensar que não pode cofiar em mim, mas estou tentando melhorar pra você!

- Eu digo o mesmo!

- Não somos perfeitos, é impossível não magoar um ao outro. Mas acho que o importante é sempre se arrepender, tentar melhorar. E quem sabe fazer dessa cicatriz que ficou, uma armadura!

- Tu tem umas reflexões fodas. Normalmente as pessoas falam "Pois é né."

- Mas é isso, eu sei q magoo você, eu magoo meus pais todos os dias, e muitas pessoas me magoam também. Mas o que eu posso fazer senão tentar mudar e magoar menos quem eu amo?

- E X A T A M E N T E. Eu tento ao máximo melhorar...

- Acho que alguns esperam que os outros mudem!

- Agora a gente encerra o assunto, se não eu choro...

~

Encerrado o assunto eu prossegui refletindo. Prossegui pensando se vale a pena o esforço de me reaproximar de uma pessoa que eu amo tanto.

De um lado há aquela necessidade, o apego pela presença da pessoa. Sabe, trata-se de alguém que consegue me fazer sorrir pelo simples fato de dizer que pensa em mim nesse ou naquele momento. Por outro lado, depois de certas desavenças, a dor da presença é quase tão grande quanto a alegria. E a nossa amizade se tornou isso, um misto de alegria e medo que eu não sei administrar.

Sempre que ouço a sua voz eu me estremeço. As vezes chego ao extremo de sentir dor e me paralisar de desespero em vê-lo. Outras vezes o meu semblante mais triste se converte num sorriso imenso, retrato da alegria que é vê-lo, tocá-lo... E é essa a dicotomia do meu coração, uma cornucópia de sentimentos conflitantes que flutuam ao redor de uma única pessoa.

É com um sorriso no rosto, uma mescla de desespero e alegria, uma esquizofrenia, que digo essas coisas, sem compreender, mas apenas sentindo...

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