segunda-feira, 28 de junho de 2021

Um modo de viver

É sempre a mesma coisa: as pessoas sempre vão trocar umas as outras de acordo com a sua conveniência. Somos essencialmente substituíveis, somos dispensáveis e não representamos a verdade para ninguém. Um homem sempre vai trocar o que quer que seja por uma mulher, seja amigos ou família, e é ali que se encontra sua fraqueza. Os homens são seres dignos de pena por se deixarem levar assim tão facilmente, inconscientemente por seus desejos e deixarem que eles lhes guiem a vontade. Os homens não passam de animais no cio, desprezando toda razão que lhe foi divinamente concedida em nome de seus instintos mais primitivos. 

Alguns vivem de compaixão, e conseguem isso bancando o mártir, a dor que ele anuncia ao mundo é a atenção que ele precisa, que o faz sentir-se vivo, carece de ser notado pelos outros, seja estampando sua dor ou uma vitória forjada nas fotos do Instagram. O homem é triste por isso, não conseguindo encontrar a razão de ser em si mesmo, é triste por depender do outro, o mesmo outro que ele tanto despreza a ponto de trocar por outro que lhe pareça melhor em dada circunstância. O homem é ingratidão, traição, e plasma essas coisas com sua vontade, pensando somente em si, como se somente ele fosse homem e os outros, apenas criaturas desprovidas de sentimento ou vontade que devem satisfazer os seus desejos. 

Trata-se de uma visão bastante pessimista, mas não vislumbro luz no homem senão que, nas raras vezes que o homem faz o bem a luz não vem dele. Um homem que só vive de lamentar-se em palavras enquanto se dopa de remédios para dormir e alterar sua consciência afim de conseguir extrair alguma palavra de sabedoria, mas que é incapaz de cuidar de si mesmo, de ajudar o seu próximo mais imediato, que limpa sua sujeira e faz a sua comida, nesse homem não há luz senão que há apenas a mais opaca escuridão, que o mantém num eterno estado de torpor, incapaz de agir, incapaz de ser o homem que deveria. É ou não a mais patética das constatações? É uma existência sem sentido, digna de pena e asco. 

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