sexta-feira, 25 de junho de 2021

Resenha - I Promised You The Moon

Atenção: o post a seguir contém SPOILERS, prossiga por sua conta e risco!

A continuação de I Told Sunset About You (que você pode conferir a resenha aqui) nem havia chegado e já tinha uma legião de fãs sedentos pela segunda parte da história que cativou tanta gente com sua fotografia impecável, roteiro e direção excelentes e atuação de elevadíssimo nível, e a Nadao continuou investindo pesado, seja na divulgação quanto nos mesmos aspectos que tinham sido o forte da série na primeira temporada. 

Após os acontecimentos da primeira parte da história nós acompanhamos Teh (Billkin Putthipong)  e Oh-Aew (PP Krit) se mudando para Bangkok, dando início a vida universitária pela qual eles tanto lutaram. Ambos estão firmes em seu relacionamento, e já se apresentam como namorados, mostrando um relativo amadurecimento de Teh, tão temente de seus sentimentos até então. Como prometida, a vida de universitários na capital não é nada fácil e eles logo precisam enfrentar os primeiros obstáculos. 

Teh já entra na faculdade se inscrevendo no clube de teatro e assumindo responsabilidades na peça que o grupo vem trabalhando, ocupado ele finalmente começa a explorar o mundo da arte que ele tanto admira, infelizmente às custas do tempo que antes era dedicado ao namoro. Enquanto isso Oh encontra dificuldades em se sentir à vontade nas aulas de atuação, e quando se sente ofendido quando um diretor pede que ele seja menos afeminado, decide trocar de curso, o que também causa um choque entre ele o namorado. 

Temos então a combinação delicada de um Teh que se sente seguro quanto a sua carreira mas começa a questionar o seu relacionamento, já que não se sente tão próximo de Oh como antes e incapaz de entender suas decisões. Oh, por outro lado, não tem certeza da sua carreira mas se dedica totalmente ao seu relacionamento, não tendo dúvidas do quanto ama Teh e do que é capa de fazer por ele. 

A relação de ambas, bem como a problemática, é construída então em cima das dúvidas e certezas de cada um, mostrando que pode ser bem complicado seguir, seja na carreira ou num relacionamento, sem a segurança do que se sente e sem estar aberto as mudanças que inevitavelmente vão acontecer. Trata-se de encontrar um equilíbrio entre o mutável que não se pode controlar e aquilo que está diretamente ligado a vontade individual. Quando essas coisas estão desalinhadas os problemas aparecem e só o tempo pode dar aos envolvidos a maturidade necessária para recomeçar. 

Muitas pessoas reclamaram que a temporada representaria uma regressão da maturidade alcançada sob duras penas na primeira parte, mas eu discordo. Acontece que os problemas aqui apresentados são compreensivelmente enfrentados por casais reais, o medo do novo, a dificuldade em se adaptar, em compreender a mudança. Isso não justifica os erros mas certamente os coloca sob um panorama de tensão que é uma experiência comum a todas as pessoas, especialmente numa fase de tantas transformações, muitas vezes complicadas demais para que saíamos delas ilesos. 

Uma adição super positiva foi a dos amigos de Oh-Aew, que ele faz quando decide conhecer novas pessoas além do namorado na nova cidade. Q (Ta Taninrat) e sua turma já se conheciam e, estando na mesma turma de Oh, acabam sendo para ele um porto seguro naquela cidade tão longe de casa. Os meninos são animados e sempre fazem tudo juntos, e Oh se torna parte dessa família.

Os amigos de Teh são um pouco mais complicados, e representam exatamente a inconstância de que ele tanto teme. Especialmente Jai (Oab Oabnithi), que mostra de forma até mesmo cruel a Teh que ele precisa se ater a algo fixo para não se deixar levar pelas ondas do destino. 

Mais uma vez a produção da Nadao foi primorosa. A trilha sonora, mais uma vez por conta de Billkin e PP também é maravilhosa, impossível não cantar junto a abertura Safe Zone ou não se emocionar com o tema Fake News. Muito embora não seja tão bela quanto a primeira temporada por não ter o elemento natural tão presenta a fotografia continua sendo bela, e enche os olhos de quem assiste. A mudança nos personagens pode ser percebida pelas suas atitudes mas também pela forma como eles se comportam e se vestem. Teh pouco a pouco vai se parecendo mais com um idol enquanto Oh prefere um estilo próprio, não limitado a peças masculinas ou femininas, mostrando o crescimento do personagem em se aceitar, algo que já havíamos vislumbrado lá atrás.

A história termina em Phuket, onde tudo começou e, trazendo de volta alguns personagens antigos faz uma ligação com aqueles sentimentos que eles experimentaram naquele pôr do sol tão significativo anos atrás. Teh e Oh tem um final digno e memorável, belo do início ao fim e cheio de dramas reais e impossível de não fazer o espectador se identificar.

Nota: 10/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário