segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Brisa de Natal

É impossível nesses dias de calor extremo, no verão joinvilense, não me ater a ficar irritado o tempo todo e só conseguir alguma veia poética ao sentir a brisa fresca que, felizmente, onde moro sempre vem... 

No meio de um almoço em família, incomodado com o calor e o barulho das crianças, não pude deixar de permitir que meu pensamento voasse para longe, claro, me imaginando numa praia ou próximo de um rio, à sombra de árvores, quem sabe uma cerveja ou uma companhia, um livro ou cantando baixinho. 

Talvez me animasse até com uma caminhada, sob a sombra claro. Uma trilha iria bem se o destino final fosse uma fonte de água fresca. Ainda não conheço muitos lugares interessantes aqui, vim para trabalhar e não saí muito desde então, e sei que preciso mudar isso. Preciso andar mais um pouco, sentir outras brisas, molhar os pés e caminhar na praia, sem pensar muito em nada sério, porque pensamentos assim sempre insistem em aparecer, e a saudade aperta nessas festas de fim de ano, e eu percebo que termino mais um ano sozinho, enquanto na internet todos estão sorrindo, apaixonados, felizes... 

Não fiz fotos de Natal, não tenho um namorado que possa me acompanhar também, tampouco amigos, e sei que na igreja eu sou antes um cara apegado à regras do que um companheiro. 

Então acho que seria bom caminhar, ouvir o canto dos pássaros e sentir o vento bater em mim e nas folhas ao redor, e deixar esses pensamentos, solitários, de um vazio imenso e angustioso, irem embora... É acho que seria bom. 

"Minha alma embriagada de cerveja é mais triste que todas as árvores de Natal mortas do mundo." (Charles Bukowski)

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