Vim de pé no ônibus, encostei a cabeça naquela parte que serve para acoplar a cadeira de rodas dos passageiros cm deficiência e dormi no trajeto até o centro. Não me importei com os olhares confusos quando simplesmente saí do ônibus ao chegar no terminal e peguei mais um até o trabalho. Cansado demais, com sono demais, irritado demais.
Essa semana tem sido longa, longa demais, parece que nunca tem fim. Tomei um copo cheio de café, dois comprimidos de açaí e guaraná, várias e várias gotas de um floral para desânimo.
Nada deu resultado. Ainda quero morrer.
Sentei de frente ao computador. Digitei respostas quase automáticas pro trabalho. Fiz relatórios, encaminhei postagens, alterei artes. Ainda não era o horário do meu almoço e eu ainda preciso fazer um monte de verificações no acervo técnico. Amanhã ainda tem momento de contação de histórias para crianças, eu jamais teria marcado um evento com crianças numa semana com outro evento grande, é uma expectativa irreal demais.
Começou a chover de novo. Ontem durante todo o dia caiu uma chuva fina, era ideal para ficar na cama e dormir. Agora o clima começa a fazer isso de novo, e eu só consigo desejar minha cama, um pouco de paz, um pouco de descanso.
Mas é claro que só eu do cansaço que estou sentindo, e só eu me importo. Não poderia ser diferente. Assim como só eu sei como é pensar em algo durante todo o tempo, e saber que ninguém, nem mesmo quem figura nesse pensamento, pensa o mesmo que eu. É solitário ser eu, como deve ser solitário ser qualquer um. Mas parece que ninguém percebe isso.
É, é solitário ser, amar, sonhar.
Por isso já não sonho mais,
apenas amo,
sozinho
e em silêncio.
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