Também não sei o que queria que você dissesse. Certamente não espero por uma resposta positiva. Talvez espere por qualquer resposta que seja. Não é que eu queira deixar de falar com você, eu só estou tentando realocar as coisas dentro de mim.
Mas também não é como seu eu quisesse que tudo permanecesse igual. Não vê que, como as coisas estão, eu estou machucado demais?
Mas eu também não sei exatamente o que pretendo com isso. Me livrar desse sentimento, é verdade, mas como? É também por isso que tenho ficado em silêncio. É também por isso que eu queria um abraço, uma dessas linguagens que não são ditas e que, no entanto, dizem muito.
É impressionante como existem diversas formas de silêncio. Aquele em que duas pessoas se sentem plenamente confortáveis umas com as outras. Esse pode ser tão confortável que até mesmo cura, é o silêncio reconfortante. Aquele que, por outro lado, indica um desconforto enorme. Existe um silêncio pesado, de dor, de raiva. Existe um silêncio que consome, o silêncio do vazio, aquele silêncio apático, que olha para o mundo sem ver nada. E, atualmente, conheci outro silêncio: aquele do choro velado. Aquele em que a tristeza trasborda silenciosamente, em lágrimas que molham a face, vindas diretamente do coração, um coração que amou demais, que se derramou completamente.
Também não sei o que queria que você dissesse. Certamente não espero por uma resposta positiva. Talvez espere por qualquer resposta que seja. Não é que eu queira deixar de falar com você, eu só estou tentando realocar as coisas dentro de mim. Por isso meu silêncio. Mas esse silêncio, no entanto, é semelhante ao daqueles que já se foram. É silêncio de morte.
"Você pode quebrar algo em dois segundos... Mas pode demorar um século para consertar. Uma vida, gerações. É por isso que precisamos ser gentis nesse mundo." (Beatriz At Dinner, 2017)
Nenhum comentário:
Postar um comentário