sábado, 16 de novembro de 2024

Pensamentos de um sábado meio chuvoso

"Nada será tão fatal quanto abrir os olhos numa manhã qualquer e, logo após, subir à garganta a amargura brutal de uma alma que viu morrer sua humanidade consigo mesma, quando amaldiçoou o corpo

por ter acordado mais uma vez." (pevon)

Amanheceu chuvoso, aquela chuva fininha, persistente. Nessa época, ano passado, o calor já era insuportável. 

Aos pouco eu começo a perceber como o ambiente tem me deixado doente. Apesar de ontem ter me desesperado e apelado pros remédios por conta de pouca coisa, agora que se aproxima o dia de voltar, já sinto a ansiedade crescendo dentro de mim. Já prevejo os problemas que me aguardam e as idiotices que vou ter que responder. 

Me sinto descansado, pude dormir, ler, assistir e realmente me deixar envolver pelo que via, a história de busca por perdão de High School Frenemy que, com toda certeza, é um romance. Ainda não senti disposição o suficiente para andar um pouco, mas tudo bem. Também não respondi quase nenhuma mensagem, não sinto vontade de falar com muita gente e, mesmo quem eu respondi, não quero conversar por muito tempo. Parece que cada palavra que as pessoas me dizem só tornam ainda mais óbvia a distância entre elas e eu.

Não quero voltar, não desse jeito. Quero poder ficar longe assim, pensar com calma, e não se atingido por essa pressão doentia.

Mas eu sei que isso é só o desejo bobo de uma manhã chuvosa. É, pena, será um dia bonito, com a chuva caindo fininha o tempo todo, estragado pela ansiedade de uma semana infernal. Acho que eu realmente não quero voltar, e com isso alguns pensamentos acabam aparecendo: não precisaria voltar se eu não estivesse aqui. 

Acho que talvez seja a hora de tomar aquela decisão. Aquela que, em verdade, foi tomada, mas que não tinha dia certo a que se deveria tomar as providências necessárias. 

Talvez eu devesse deixar todos na mão. Não acho que seria tão importante assim e, na verdade, alguns até merecem isso. 

Acho que pode até ser que haja salvação, mas não pra mim. De nada adianta tentar um novo remédio, ou fazer terapia. Nem mesmo mudar de emprego ou de paróquia. De nada adianta. Acho que é hora de botar um fim nisso. Mas, por enquanto, vou dormir. 

Veio a tarde e uma noite, a chuva ainda cai fraquinha de vez em quando. Terceiro dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário