terça-feira, 3 de setembro de 2019

Da imensa pequenez

Abismado, atônito, contemplando o universo com estupefação e contrição. Esmagado pelo céu que se ergue por sobre minha cabeça me dou conta de que nunca poderei abarcá-lo, sequer segurá-lo sobre meus ombros como o Atlas. Observando então essa imensidão que, no entanto, não significa mais do que um grão de poeira na imensidão do cosmos eu me dou conta de minha grandiosa pequenez. Nada sou, não posso fazer de realmente grande. A menos que consiga explodir um mundo inteiro dentro de mim não há em mim nada de verdadeiramente grande. Sou pequeno, um nada que caminha sobre a superfície de um planeta de nada. Meu intelecto, que não é nada se comparado ao de tantos outros gigantes, é menos ainda do que nada. Qual a razão de ser? Se essa existência é tão ínfima, tão fugaz, não sendo mais do que um piscar de olhos para um deus... Qual a razão desta existência? E, no entanto, todos parecem acordar e viver suas vidas sem se dar conta de sua pequenez, de sua trivialidade. Não percebem eles que, perante o Universo, não são mais do que um pequeno grão que voa no vento para nunca mais ser visto novamente. 

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