quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Sobre aproximar-se do fim

Acordar cedo, tomar banho e ir para o trabalho. Chegar exausto de falar alto e de gastar a mente respondendo perguntas. Deitar desejando descanso e acordar horas depois não menos cansado. 

Ele nunca vai embora, sempre me puxa para baixo. E é sempre a mesma coisa. E onde está a força que deveria me fazer viver todo dia? Vivo no automático, faço porque tenho de fazer, mas não há absolutamente nenhum prazer em viver. A vida se tornou cinza e opaca, e até às artes perderam um pouco de seu brilho, muito embora ainda sejam a única coisa com cor em minha vida. 

Li uma novela romântica recentemente, e isso aqueceu meu coração, mas logo que olhei para o meu próprio mundo eu senti tudo se desfazer em cinza de novo. 

Onde está a alegria? Onde está a força? Onde está a razão para viver? Essas coisas existem? Como as pessoas conseguem viver cada dia sem desistir diante dessas dificuldades? Eu já não aguento mais...

Eu não quero mais essa vida, não quero mais isso para mim. É tudo cansativo, exaustivo. As pessoas sugam de mim algo que já não tenho. Não restou nada, sou somente uma casca vazia, uma máscara que anda pelo mundo sem vida, sem luz. Eu não quero isso, tudo que sinto é um vazio e dor, dor constante, que nunca cessa. Eu não quero mais viver, não quero mais me machucar. Me chame de covarde, chame do que quiser, palavras não podem ferir aquilo que já morreu. E eu já morri há muito tempo, apenas não fui enterrado ainda.

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