sábado, 7 de setembro de 2019

Vida e existência

Dê-me a penumbra de um quarto e uma melodia, e poderei fazer poesia até amanhecer o dia. Momentos como esse são bons para refletir, pensar em questões, grandes questões... 

Vida. Essa vida que me foi dada como dádiva divina. Não sei o que fazer com ela. Dou a outro alguém? Ninguém parece querer essa vida, nem mesmo eu. Me sinto ingrato, negando o que me foi dado de bom grado... 

Não quero beber hoje, prefiro o efeito de um benzodiazepínico. Não quero perder o controle, quero uma consciência mais aberta a sensibilidade que essa escuridão esverdeada aflora em mim para refletir. A música, a escuridão, o vento do ventilador. Tudo me faz pensar na grandiosidade do mundo lá fora. Mundo que me traz tanta dor, que me faz me perder em meio a minha existência, que me faz rir e sorrir em algumas alegrias, mundo que parece brincar com meus laços consumidos pelo tempo...

Existência. Tantas questões que delas surgem. Tantas perguntas e tão poucas respostas. Eu não entendo, não sei porque estamos aqui. Qual a razão de nossas existências? O que devemos buscar? O que devemos encontrar? Me sinto como um buscador que nunca cessa de procurar. Mas eu não sei o que eu busco, como saberei quando encontrar?

O que é existir? 
O que é estar aqui? 
Para que é que estamos aqui? 

Laços. Parecem ser a resposta pra tudo. Mas eu não consigo criar laços verdadeiros. Me sinto distante das pessoas mais próximas. Parece que não há lugar no mundo para mim. Nenhum laço, nenhum relacionamento verdadeiro. Tudo parece falso, trivial, superficial, passageiro, pueril... Nada permanece, tudo se vai com o tempo... 

Tempo. Leva consigo minhas dores, e me traz novos amores. Parece ser o deus que tudo rege, parece ser o destino que me guia para um futuro que desconheço e não consigo vislumbrar. O caminho que percorri, onde cheguei e onde chegarei, é tudo um mistério do tempo. Tudo o que eu sei é que ele leva a traz pessoas o tempo todo, e não sei mais o que fazer com essa permanente inconstância do tempo. 

Dor. Tanta incerteza me deixa em desespero. Me vejo perdido sem entender o que acontece ao meu redor. Sou como uma boneca de trapos nas mãos de um destino que não entendo. Isso dói. As pessoas vem e vão, deixando sua marca no meu coração. 

Alegria. É uma fagulha, pode acender um grande incêndio que aquece meu coração mas destrói tudo por onde quer que passe. Parece que não há alegria sem que paguemos um preço alto por ela, e esse preço é a dor que se segue. 

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