sábado, 16 de julho de 2016

Sacrifício

Bem, só uma coisa há que se dizer: que noite foi essa? Não teria conseguido dormir nem por um segundo se não fosse a dose absurda de calmante e anti-psicóticos que tomei, e ainda assim foi uma noite bastante conturbada.

A todo momento meus sonos eram assolados por imagens desconexas e vozes que me levavam ao desespero. Muitas delas gritavam e vociferava pra mim: "Na verdade você deveria ter entendido. Se eu não estava falando com vc, óbvio que não queria façar contigo." essa frase se repetiu a de forma cruel nas mais diferentes esferas que se possa imaginar. Gritavam loucamente, e ora apenas murmurvam em meu ouvido, me levando a locura completa. 

Hoje é um dia ainda mais complicado que ontem. Durante a separação em si, quando as palavras estão sendo ditas como golpes de uma espada afiada em direção ao vítima indefesa, o calor do momento não permite que a dor e o desespero se manifestem completamente, e permitem que o soldado continue a lutar, mesmo que ainda não tenha se dado conta de sua iminente derrota. Mas o herói é vencido, e cai desfalecido e ensanguentado ao chão sem forças para continar naquele momento. 

No dia seguinte a stiuação já desoladora se complica ainda mais, pois aparecem as primeiras consequencias do embate perdito. A sensação de agora é a de um profundo vazio. Um grande buraco bem no meio do meu coração que mostra o tamanho da ferida mortal que permiti que deixassem em mim. As mortes revelam aspectos. Dentre eles estão a fome, o assassinato, a velhice, e aquele que mais admiro: o sacríficio.

Por algum motivo desde muito novo tive uma certa preferência por personagens onde em suas histórias, eles se sacrificavam pelo bem dos outros. Apesar de a grosso modo isso parecer um tanto como coverde e egoista, eu considero o sacrifício como uma virtude nobre, afinal, poucos sao aqueles que teriam coragm suficiente de arriscar sua própria vida pela vida do próximo, claro, com algumas rara exceções. 

Meu sacrificio foi feito. Meu coração foi entregue em oblação para acalmar a ira do meu amado. Assim como a princesa Ândromeda, da mitologia grega, se sacrificou para evitar que o temível Kraken devorasse seu povo e destruisse sua terra, meu sentimento também fora sacrificado, a fim de evitar maiores sofrimentos a mim e a meu amado. O aguilhão fatal se incubiu de dar cabo de meu amor como Antares, o último ataqute da Agulha Escarlate que cessa os cinco sentidos e conduz o inimigo a uma morte lenta e desesperadora. Mas isso é o que dizem aqueles que assitiram a esse massacre. Na verdade o golpe de Antares, além de provocar um dor excruciante, também eleva o inimigo ao torpor, aquele estado da alma onde nada se sente e onde nem a mais alta aspiração parece conseguir modificar essa situação. 
No segundo dia a dor é ainda pior, a desolação bate ferozmente contra a mente que já tenta se reeguer. Felizmente o torpor a diminui e a torna suportável, mesmo sabendo que isso é um embuste temporário, e que logo mais ela irá retornar ainda mais poderosa do que antes. E pelo visto, tenho ainda uma longa e violenta batalha a ser travada.

Amigos tentam me consolar... Durante a madrugada recebi de uma amiga a seguinte mensagem 

"Já parou pra pensar que talvez você não tenha azar no amor? E que todas essas pessoas que passaram e foram embora sem você entender e te deixaram se perguntando "qual o meu problema?" podiam estar te livrando de uma bela dor de cabeça? Já imaginou que talvez seja sorte? Sim, isso mesmo! Talvez sua estrela brilha tanto, mas tanto, que o universo sempre consegue te livrar de quem não merece ficar na sua vida.
Hoje, finalmente desisti do amor, e aquele sorriso dele não foi o bastante pra esquecer de ama-lo. Mesmo o amando muito, sofrer não é comigo. Aliás, nunca foi." 

(Anonymous.)

Particularmente, afirmo que não acredito em nada do que está escrito ai. Mas meu atual estado emocional me priva de todo e qualquer julgamento. Mas eu quero me apossar dessas palavras. Fazer delas um lema de vida e finalmente aprender a lição que à muito já deveria ter entendido: Eu sou especial, não preciso correr e nem rastejar aos pés de ninguém para afirmar a minha própria existência. Eu existo porque existo, existo para os outros, para ajudar os outros, mas não para fazer dos outros mera propriedade minha e muito menos me tornar porpriedade alheia.

Por fim, acho válido acrescentar um pouco da sabedoria popular de minha mãe e aceitar o fato de que, o que quer que seja que vai acontecer na minha vida, vai acontecer no tempo certo, e sendo assim, meus desesperos e paranóias de nada adiantarão para antecipar essa relalização. 

Eu me precipitei, fato, fui insistente demais quando apenas deveria ter guardado pra mim aquele sentimento maldito. Mas fiz uma escolha e como homem devo sofrer suas consequências, de cabeça erguida, e assim quem sabe, conseguir esquecer tudo isso e dizer que finalmente superei tudo aquilo, mesmo quando, uma pequena cicatriz no meu coração continunuamente vai me dizer que ainda existe ali, um traço do amor que um dia exisitiu. 

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