sábado, 23 de julho de 2016

Verdades

A vida é realmente uma constante de icógnitas que tentamos em vão decifrar e quanto mais mergulhamos nesse mistério, mais percebemos que nem sequer começamos a arranhar a sua superfície.

Novamente, me remeto ao discutível capitulo final de NGE, onde ouvimos que "existem tantas verdades quanto existem pessoas." eu penso que isso é apenas a superficie do problema. Não é nem questão de dizer que cada pessoa tenha a sua própria verdade, mas dizer que uma mesma pessoa pode reconhecer diferentes verdades e que essas verdades estão em constantes mudanças, e que vão construindo novas verdades e moldando a pessoa em questão, se transformando em sua verdade absoluta, que antes de tudo não é imóvel, apesar de receber o nome de absoluta, mas que é constamente maleável e está num constante estado de metamorfose. 

Não significa que estou dizendo que o mundo não contenha em si uma verdade absoluta, imutável, mas só que ela é inacessível as pessoas justamente por só conseguirmos processar uma quantidade muito pequena de verdades, que formam as nossas verdades particulares. 

Se alguém nos diz desde pequenos que tempo quente é bom, é assim que vamos crescer, pensando que o calor é o melhor. Mas se nesse meio tempo tivermos contato com uma opinião contrária, dizendo que o frio é melhor, temos aqui um impasse. E como então chegamos a conclusão de que frio ou calor é melhor? Bom, penso eu que vários são os caminhos que nossa mente pode percorrer para chegar a uma conclusão e assim formular uma verdade. Podemos nos embasar em qual clima tivemos uma experiência mais agradável. Qual das duas pessoas que opinaram sobre o clima tem nossa maior confiança. Qual a impressão mais forte... Enfim, infinitas são as possibilidades, como infinitas são as respostas.

Da mesma forma são nossos sentimentos. Se apresentam numa infinidade de pessoas de forma completamente diferentes. Me divirto vendo como as pessoas reagem as mais diversas situações. E me incluo nessas observações, quando paro pra pensar nas reações e decisões que eu mesmo tomei e o que me motivou a isso. Por exemplo, conheço pessoas completamente aversas a todo e qualquer tipo de apego ou sentimento, tamanha foi a decepção, ou decepções, que sofreu. Da mesma forma, vejo pessoas, Eu, que mesmo tendo a pior de todas as sortes no amor, continuam correndo atrás e se metendo em situações inusitadas atrás da pessoa tão almejada. Parece até enredo de filme da sessão da tarde, baseado naqueles livros feitos pra mulheres de meia idade que nunca se casaram sonharem com o grande amor. 

Algumas surpresas no caminho também costumam ser decisivas nessas mudanças de perspectiva. Muito interessante notar como as coisas que ocupavam nossa mente como prioridades anos atrás, hoje não passam de fantasmas do passado, quase sem nenhuma importância além do fato de já terem sido importantes. Como costumam dizer os mais velhos, quando as coisas dos jovens já não os atraem mais e que agora os seus olhos só se voltam para a vida de verdade. Talvez isso signifique que a medida que crescemos, adquirimos sabedoria, e por isso conseguimos uma visão mais ampla da vida e com isso conseguimos desenvolver uma espécie de foco, ou um filtro, que nos ajuda a selecionar as coisa de fato importantes na vida, e as pessoas também. 

Essas são as que passam com mais facilidade. A dor do término do namoro, por exemplo, embora ainda exista e ainda se inflame as vezes, já não dói tanto quando antes e eu cheguei a pensar que nunca passaria. Imaturidade a minha de pensar daquela maneira. Mas as pessoas passam. Elas vem e vão o tempo todo, e é inútil a gente se aborrecer por isso. Mais maduro é aceitar, que algumas pessoas estarão sempre aqui, mas não se culpar quando a maioria delas se for, por sua culpa ou não... Até porque, como um luz no fim do túnel, ou como se a vida nos desse uma segunda chance, pra cada pessoa que se vai, espaço se abre pra que outra ocupe seu lugar. Não estou dizendo que todos são superficiais a ponto de serem logo substituidos, mas que ninguém é eterno a ponto de nunca poder ser substituído. 

"Existem tantas verdades quanto existem pessoas." e se as verdade são mutáveis junto as pessoas, as pessoas podem sim, serem substiuidas por outras, assim como substituimos as verdades por outras que nos parecem mais verdadeiras.

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