sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O véu do céu

Um poeta como eu encontra inspiração até mesmo quando não o quer. Saía de casa há alguns minutos, para uma ida rápida a farmácia, e por acaso olhei para o céu enquanto passava a chave no portão. Pronto, estava dada a inspiração.

O céu estava de um azul profundo, mais escuro conforme se aproximava a linha do horizonte e o centro, o lugar para onde olhava ao erguer a cabeça, parecia um veludo salpicado de estrelas. Os pontinhos brilhantes se misturavam com as nuvens compridas, que por sua vez estavam de um roxo escuro. Que belo quadro esse, certamente pintado pelos anjos, servos do deus do Amor que especialmente inspirados pela sua divindade o pintaram como um presente a humanidade. Esse véu do céu me encantou, e meus olhos brilharam! O azul está entre minhas cores favoritas, e tem um significado especial para mim. 

O azul é a cor favorita de uma pessoa, e talvez por isso eu disse que não queria essa inspiração. Ao menos não essa que me fez pensar nele no exato momento em que elevei meus olhos ao céu. Onde será que ele está, embaixo desse mesmo véu? 

Caminha por alguma estrada de terra com sua bicicleta, enquanto sente a brisa fria em seu rosto, brisa que ele tanto ama? Ou será que está em aula, com a mente distante de mim e o olhar fixo em alguma garota? 

Não há como controlar o fluxo de pensamentos que vem dessa paisagem. A valsa das flores que aleatoriamente começou a tocar também não ajuda. O player precisava indicar uma música romântica logo agora? Mas sob o compasso dessa dança o meu coração pula, e meus olhos se fecham enquanto suspiro, suspiro de amor, e sorrio, mesmo sabendo que não há motivos para sorrir se ainda penso nele. 

Mas de qualquer forma o céu tinha uma beleza ímpar, e isso aqueceu meu coração, e independentemente do calor que está fazendo isso é uma coisa boa!

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