sábado, 25 de março de 2017

Gracejo

Ainda acordado de uma noite difícil, longa, na qual minha mente inundada por um tsunami de pensamentos avassaladores e que me devastaram completamente. Desta noite só me restou uma casca vazia, pois já não sei onde se encontra meu coração. Ou melhor, até sei, mas está fora de meu alcance.

Meu coração está nas mãos daquele que não me ama, e que considera o meu amor uma grande paranoia, o que não deixa de ser, é bem verdade. Mas ele é verdadeiro, e eu não tenho chances para demonstrá-lo como deveria ser. 

Este sentimento me paralisou, me tornou incapaz de qualquer coisa senão de sofrer continuamente pelo amor que não me foi correspondido. 

No meu íntimo eu não consigo parar de desejar, nem de sentir essa vontade esmagadora. No meu íntimo eu não consigo vencer esse medo terrível de te perder. 

Mas eu não posso perder você, pois você não é meu, e não se pode perder aquilo que não se tem.

Por mais que você diga que ninguém perde outra pessoa, eu perdi você, e estou perdendo mais a cada dia, e logo, tudo o que sobrará serão as marcas profundas da sua presença no meu coração, que como uma cicatriz me recorda da ferida de amor que deixou no meu peito. 

Esse sentimento de posse, esse sentimento maldito, só nos traz sofrimentos, e como você disse, me impede de ocupar a cabeça com coisas realmente produtivas, pois fico todo o tempo imerso em paranoias, pensando em te perder.

Só não quero te perder, e mesmo assim sinto que a cada dia eu te perco mais um pouquinho, e a cada dia eu morro também mais um pouquinho.

Morro pois a necessidade que criei de você em mim te tornou necessário a minha existência patética. Mas você não pediu por isso, não pediu pra ser assim, e nunca me pediu e nem me ofereceu nada além de amizade. Portanto eu mereço sofrer isso sozinho, e não compartilhar essa dor com você.

Deveria pôr um fim nisso, acabar com essa história de uma vez só. Mas não consigo sufocar esse sentimento por você, pois ele é mais forte do que eu. E tampouco minha covardia não me permite sufocar minha própria vida, como deveria fazê-lo. Deveria me afastar de você, pois o faço sofrer, e é inadmissível que faça sofrer o homem que mais amo no mundo. Eu deveria sumir, desaparecer, eu deveria morrer. Sim! Não tenho utilidade alguma no mundo, e ninguém sentiria falta, afinal, todos são substituíveis, exceto você no meu coração... Mas seria melhor assim, sem minha existência patética a te atormentar, o mundo seria um lugar melhor para todos. 

Mas como minha covardia não me permite tal gracejo, permaneço a existir nessa forma patética, até quando o destino decidir parar de brincar com minha pessoa, ou até que eu consiga coragem o suficiente para livrar o mundo da minha estirpe.

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