quarta-feira, 22 de março de 2017

Me deixe entrar

Me deixe entrar, me deixe fazer parte da sua vida, me deixe te amar, me deixe te abraçar, me deixar enxugar as suas lágrimas, me deixe te fazer sorrir, me deixe te fazer companhia quando você só quiser ficar em silêncio. Compartilhe comigo seus medos, seu silêncio, seus sonhos. Compartilhe. Me deixe entrar. Me deixe fazer parte, me deixe participar, me deixe ser importante pra você, me deixe te amar, me deixe te mostrar o que é o amor. 

Não permita que eu apenas fique a sua margem, sem poder te ver, sem poder te tocar, sem poder te beijar. Me deixe entrar. Não permita que aqueles que não te amam te conquistem por palavras e ações. Não permita que te ofereçam nada meno do que o amor incondicional que tenho por você. Não permita. Por isso eu te peço: me deixe entrar!

Me deixe ver o que se esconde por debaixo do véu que você diariamente mostra ao mundo como uma máscara. Eu vejo que é uma máscara, mas não consigo ver o que há por trás dela, por isso me deixe ver. Não terei medo do que pode haver ali, pois sei que continuarei a te amar independentemente do que possa existir no seu verdadeiro eu.

Me deixe ver, me deixe tocar, me deixe entrar...

Me deixe entrar...

Me deixe entrar...

ME DEIXE ENTRAR!

POR FAVOR ME DEIXE ENTRAR!

Quase 1h da manhã, eu ainda acordado, mesmo tendo terapia amanhã cedo. Você ainda acordado, mesmo tendo aula amanhã cedo. Os dois online, mas nenhum puxa conversa. Eu tenho medo de ser insistente, chato, mesmo você tendo deixado claro que nunca passaremos de amigos, por isso não o chamo. Temo que se insistir posso acabar perdendo de vez aquele que tanto amo, mas que nunca foi meu de verdade. Você sei que não me chama pois não tem interesse, não há nada em mim que possa lhe interessar, nada que possa lhe agradar, nada que eu possa lhe ofertar. Eu não sou nada, eu não tenho nada, eu não sou ninguém. Não sou nada para você, completamente dispensável, trivial...

Mas mesmo não tendo nada, tudo o que tenho e sou é seu, é para você que eu existo, respiro e continuo vivendo. Não é uma forma saudável de levar a vida, mas as coisas são assim, não pedi para ser assim, as coisas simplesmente aconteceram, e agora cá estou eu, de joelhos ante os seus pés, um inseto nos pés de Buda, implorando lamentavelmente por seu afeto, afeto que nunca será dirigido a alguém tão insignificante quanto eu, mas que será de um outro alguém num futuro não muito distante.

Quando isso acontecer, será o momento da minha total aniquilação. Naquela hora, morrerei completamente, e se algo de mim ainda insistir em existir, certamente será apenas uma casca vazia, o resto do homem que um dia viveu e que morreu, seco, sem o amor de seu amado...

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