sábado, 11 de março de 2017

Onde está você meu amigo?

Poderia me alongar em numerosas páginas para dizer o que agora venho aqui partilhar, mas acredito que, devido aos últimos acontecimentos, eu não poderia me furtar a ser objetivo no que preciso exteriorizar: Eu preciso de você aqui comigo! 

Desculpe-me, eu sei que você não tem nenhuma intenção de voltar a falar comigo algum dia, e talvez tenha sido melhor assim, pois ao menos não mais importuno você com as paranoias que a minha pequena mente distorcida costuma criar, mas ainda assim, acho que não conseguirei dar conta disso sem você ao meu lado.

Quando digo que preciso de você aqui comigo, não mais me refiro aquela forma doentia que eu desejava sua presença antes, agora é diferente. Eu preciso do meu amigo de volta!

Preciso de alguém que se sente pra ouvir as bobagens que tenho a dizer, que sorria do meu humor bobo e controverso, que me deixe deitar no seu colo enquanto brotam do meu coração as lágrimas mais sinceras de tristeza e saudade.

As coisas não tem sido fáceis sem você. Minha cabeça não está num bom estado, e minha estabilidade emocional se encontra presa por um leve fio, prestes a se romper, novamente. Tenho sido acusado de coisas que não fiz. Tenho de lutar lutas demais para alguém com corpo e mente frágeis. Eu sou frágil, pois estou sozinho, estou sem você meu amigo!

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes)

Gostaria de poder partilhar essas coisas com você, de também sorrir com você, perguntar como vai sua vida? Gostando de morar em outro estado? Começou a estudar violino? Resolveu fazer acompanhamento vocacional? Coisas bobas, só queria saber se está bem.

Não consigo te pedir perdão, mais uma vez, não por orgulho, me ajoelharia aos seus pés se fosse necessário para que me perdoasse, mas não o faço pois não quero tornar a te incomodar como fazia antes. Você se livrou de mim, e acho que está melhor sem  mim. Não posso afirmar isso com certeza, mas você continua bonito, cada dia mais belo, altivo. E eu não posso acompanhar mudanças menos óbvias senão à distância... Como estão as coisas no colégio? Mudou algumas concepções filosóficas? 
Eu bem que tentei escrever uma carta maior, mas acho que já derramei tudo o que havia em mim hoje aqui. 

É só isso meu caro amigo! Ainda posso chamar-te assim? Queria você aqui comigo, do meu lado, me ajudando a superar toda essa confusão. Me liga ou me manda uma mensagem qualquer dia desses, ou vem me ver, continuo morando no mesmo lugar... Se quiser, é claro. 

Até qualquer dia.

De alguém que te ama muito.

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