sexta-feira, 21 de julho de 2017

Caminhos que se cruzaram

Os dias estão enevoados
O sol quase não tem se mostrado
E em meu coração a névoa também tem pesado
E minha alegria quase não tem se mostrado

A solidão tem sido minha única companhia
E no silêncio a minha voz é a única que escuto
Bem como a dos socos nas paredes
E dos choros surdos

Quando sozinho me deito a noite
E sozinho me levanto pela manhã
Desejo sem querer aquele abraço apertado
Em meio a um grande sorriso do amado

E o desejos dos amplexos do amado
Se marcam no vazio dos meus braços
Como o fogo marca o couro do gado
E nunca deixa de se ver onde foi marcado

Meus braços enfraquecidos
Doem como se tivesse carregado um grande peso
Mas na verdade tudo o que suportaram
Foi o fardo do fato de estarem sós no mundo

Tento buscar companhia nas palavras
Mas mesmo as que me respondem
Soam vazias e sem significado
Como se nem elas se importassem com meu abraço

E então na escuridão insegura
Meu coração se pergunta
Onde estaria o meu amado
A andar nessa noite escura?

Estaria ele na companhia de felizes amigos?
Ou se entregando aos prazeres de outro amado?
Estaria dormindo sonhando com seus amores?
Ou sofrendo com seus próprios temores?

Meu amado
Aquele que é branco e rosado
Caminha nesse mundo em estradas pavimentadas
Distantes do caminho acidentado que percorro

Nossos caminhos se cruzaram brevemente
Mas ele seguiu logo em frente
Enquanto eu me detinha suavemente
A sonhar com o seus olhos claros em minha alma escura

A arder como uma tocha na noite escura
Meu coração grita e chora pelo amado
Pelo cavaleiro dourado
Mas o cavaleiro foi embora!

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