segunda-feira, 10 de julho de 2017

Contato inesperado

A noite de ontem foi marcada por um contato inesperado... 

Fiquei de frente com olhos que há muito eu já não via, e que há muito eu desejei entender. Recordo que antes de nosso afastamento, ou melhor, quando ele se afastou de mim, eu desejava entender o que se passava em sua cabeça. Muitas hipóteses me surgiram, mas nenhuma delas me agradou de fato, pois não parecia corresponder com a realidade. O fato é que eu não compreendi o que se passava com ele, e na época isso significou o rompimento do delicado laço que nos unia.

Nos tornamos próximos devido a uma necessidade de ambos em tentar superar cada um o seu vício. Nossa aproximação se deu numa partilha de nossas fraquezas, o que por um lado foi bom pois significa que nunca fomos tomados por uma certa expectativa quanto ao outro, dado que a princípio já fomos apresentados ao pior que o outro tinha a oferecer: seus males e vícios. 

Quando nos afastamos, reconheço que não soube agir frente a confusão que ele demonstrava frente com relação aos seus sentimentos por mim, e levado pela exasperação do desespero acabei afastando-o de mim, que temendo se machucar achou que seria melhor ficar longe até entender melhor o que se passava com ele, e onde o perdi definitivamente, se é que algum dia tinha sido meu.

No encontramos então com a vista um pouco mais clara, sem as faíscas que antes subiam ao nos vermos, tudo normal. Havia apenas entre nós uma sombra, que pairava as nossas costas, lembrando que, um dia, ouve algo, que ainda não entendemos o que foi, mas que já não havia mais.

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