quinta-feira, 13 de julho de 2017

Resenha - Watterboyy The Series

Melhores casais...
O amor é sempre responsável por grandes surpresas na vida da gente, e nem preciso dizer o quanto ele consegue surpreender todas as vezes com coisas que em si não são novas, mas que por conta dele acabam se tornando algumas das maiores maravilhas do mundo. 

Tudo bem, "algumas das maiores maravilhas do mundo" foi um superlativo de minha parte, sinal claro de minha veia poética latente, mas ainda assim as coisas que o amor nos dá são sempre em si repletas de beleza, ainda que se apresentem na mais simples das formas. Penso nisso sempre que vejo uma rosa, ou um pequeno beija-flor, ou sempre que acompanho uma história de amor...

O fato é que o amor nos toca, e quando isso acontece ele transforma as coisas mais simplórias em idílicas e grandiosas. Um poema por exemplo, quando repleto de amor pode ser mais belo do que as maiores epopeias, dessa forma o ordinário feito com amor se torna extraordinário.

Assim me sinto ao terminar de ver a série que ficará em muito coração por um longo tempo: Water boyy - The Series. Já a algum tempo eu fui seduzido pelos lakorns tailandeses (perdoem-me o pleonasmo). Comecei pelo cinema, e logo depois as séries se tornaram parte de minha vida. Recordo que o primeiro contato com a cultura tailandesa foi com o filme Love of Siam que contava com a atuação daquele fofo do Mario Maurer e uma história lindinha. Até hoje é um de meus filmes favoritos. Pouco tempo depois eu conheci Make it Right - The Series e foi outro amor a primeira vista, e depois Sotus - The Series (que assistir de uma vez só, passando mais de 15 horas na frente da TV) e por ai... Hoje a lista não parece ter fim e cada uma delas tem um lugarzinho especial no meu coração, pois cada uma delas me ensinou uma importante lição.

Dentre essas, Water boyy tem um lugar de destaque ainda maior. Meu primeiro contato foi com o filme, que ainda hoje me arranca suspiros e lágrimas cada vez que o vejo. A série, por ser uma espécie de reboot do filme então mesmo antes de lançada já tinha minha atenção e expectativa. A sinopse deixa a entrever um pouquinho do que a série nos traz... 

"Waii é membro e o capitão e um dos mais populares do clube de natação da faculdade. Ele tem um relacionamento difícil com seu pai, que também é o treinador da equipe. Apo se muda para treinar e se juntar ao clube, e acaba se tornando companheiro de quarto de Waii." (Pi Fansubs)

Como não podia deixar de ser a minha primeira impressão foi positiva devido ao elenco... E que elenco! Onde foi que encontraram tanto homem bonito assim é um mistério pra mim, pois se descubro vou pra lá amanhã mesmo. Nem se eu quisesse poderia dizer quem é o mais gato ali, pois cada cena era um suspiro diferente. 

Geralmente em se tratando de cultura asiática beleza não é sinônimo de talento, o que resulta em atores lindos mas que são mais lindos do que atores mesmo, e isso não se aplica aqui. A atuação deles é até bem equilibrada se comparada com tantas outras produções onde assistir se torna quase sofrível. Destaque por exemplo para o gato do Techarukpong Chatchawit (esses nomes me matam), que além de atuar na série como Min (um dos poucos héteros da série, diga-se de passagem) ainda canta a música de abertura. O mesmo para a fofa da Imraporn Charada que canta a de encerramento além de interpretar Pan, a lésbica que mudou de time. Impossível não se pegar suspirando pelo fofo do Thitipoom Techaapaikhun (Apo) ou pela gracinha do Teepprasan Tytan (Meu crush, que interpreta o fofo do Achi, tiete do Waii mas que termina se apaixonando pelo insistente Kluay)... Claro que nesse quesito os boys do filme também não ficam atrás (foto) Enfim, poderia passar vários parágrafos falando sobre isso, mas ai já seria uma lista e não uma resenha! 
Cuidado para não babar. 
A trilha sonora também me chamou atenção. Quase toda produzida pela própria GMM, que é uma das maiores empresas do ramo do entretenimento da Tailândia e por isso seus artistas são multifacetados, cantam, dançam e atuam... A abertura e o encerramento são ótimas, embora as incidentais pudessem ser um pouquinho mais variadas. 

Outro ponto não tão bom assim é bem comum na maioria dos lakorns. Já teve a impressão de que os personagens de tal séries são as únicas pessoas do mundo em que ela se passa? Sério, sempre tenho essa impressão. Talvez o orçamento para contratar figurantes seja baixo mas as vezes a faculdade me parecia um tanto quanto deserta. Poxa, eles eram membros do Clube de Natação, mas será que eram os únicos 6 estudantes de uma universidade que parecia ser bem grande? Fica no ar o questionamento. Não que isso atrapalhe alguma coisa, só um detalhe...

A história me surpreendeu, e consegui me prender a todos os núcleos. Diferentemente do filme que foca apenas no casal principal e nas namoradas que são trocadas a série trata de vários casais ao mesmo tempo. Teve o trainador tendo um caso com um aluno, a treinadora que era ex de um aluno e mais dois casais no clube de natação, além de traumas e brigas de amigos... Enfim, teve drama pra todos os gostos. Eu particularmente adorei o lance entre o Kluay e o Achi, sério, amor eterno, e muitas vezes me via mais apegado a eles do que ao casal principal.

Verdade seja dita, os protagonistas da séries não são entrosados quando os do filme, muito embora tenha rolado um dos melhores beijos de que me lembro em muitas obras do gênero. Só faltou um pouquinho mais de química. Talvez pelo Waii extremamente sisudo ou pelo Apo que na maioria das vezes não parecia saber o que tava fazendo assim. Talvez tenham pedido pra ele atuar daquela maneira, porque em Sotus ele é bem mais esperto e ligadão.

Claro que isso cai por terra quando aqueles olhares se cruzam e a tensão pode ser sentida na pele do lado de fora da tela do computador. Não há cristão que não sinta o baita climão que rola entre os dois, isso é fato. 

Pensamento da noite: acho que vou me juntar a algum clube de natação...

Pois bem, embora seja difícil para qualquer ser humano normal se concentrar depois dessa foto, vamos ao que realmente interessa: o que a série marcou na minha vida?

Primeiramente me vem a baita ironia no drama do protagonista Waii, que tem problemas com o pai porque esse namora um antigo colega dele. Waii não aceita o fato de o pai namorar um cara, que já foi seu amigo, e se enfurece só de lembrar disso. Não demora muito porém para ele começar a sentir o coração bater mais forte pelo novo colega de quarto, que não cede ao seu humor sempre fechado e sério, as vezes até bruto, como vimos nos primeiros episódios. O doce Apo aos poucos consegue amolecer e conquistar o coração do capitão e inclusive é um dos poucos da série a ter bom senso suficiente pra não tomar decisões bobas que só prejudicassem o resto do time. 

Aprendi que o amor vem de onde menos se espera e que ele pode quebrar barreiras de gênero e de identidade. O treinador se apaixonou pelo aluno, a lésbica se apaixonou pelo amigo e assim vai indo... O importante é seguir o coração nos diz, como o próprio treinador disse no último episódio, pois é com quem amamos que devemos estar.

Outra coisa que muito me marcou é que mesmo quase todo mundo fazendo besteira e magoando quem ama, o esforço em pedir perdão e ser sincero quanto aos próprios sentimentos é uma lição a ser aprendida por todos. Kluay percebeu isso quando viu que tendo humilhado Achi na frente de todo mundo deveria se desculpar também na frente de todo mundo. Waii o aprendeu ao ver que não ser sincero consigo mesmo traria problemas não só a ele, mas a sua namorada e ao homem que ele realmente amava também. 

Concordo então com a mensagem central da série, que é buscar a sinceridade consigo e com o outro acima de tudo. As coisas se resolvem mais tranquilamente quando os sentimentos são esclarecidos e assim notamos que na verdade os problemas estão apenas em nossa cabeça. 

Quantas vezes nos sentimos impotentes de dar um passo porque simplesmente não somos sinceros com aquilo que realmente somos, queremos e amamos? Quantas vezes temos medo de viver por temer o que o outro pensará de nós quando nem sequer sabemos como ele reagirá?

Quando somos sinceros, amigos se perdoam, pendências se resolvem e travas são removidas, e uma vez livres de tudo o que nos prendia, podemos então saltar rumo ao mergulho nesse grande mar da vida... De fato, Water Boyy acabou, e levou com ela uma grande parte de mim, mas também levarei a sinceridade de sentimento comigo de agora em diante... E agora eu me pergunto: Como o amanhã será?

"Como o amanhã será? 

Eu não me importo.
Eu nunca me importo com o que terei que enfrentar o amanhã. 
O amanhã  será amanhã, e hoje, eu ainda estou sozinho.
Quem quer que eu vá conhecer, eles sempre vem e vão. 
Fiquei até desapontado, a ponto de até parar de esperar por algo, e tudo depois desapareceu. 

O que é o amor? 
Provavelmente deve significar tristeza. 
Até que eu te conheci. 
A pessoa que ainda está comigo. 
Você foi alguém diferente de qualquer outra pessoa que eu já conheci. 
Apenas tê-lo aqui fez tomar meu amanhã significativo. 

Se eu não tivesse te conhecido naquele dia, hoje eu provavelmente estaria respirando, passando os dias e as coisas provavelmente seriam tristes, chatas, como de costume. 
Eu provavelmente seria uma pessoa que o mundo esqueceria. 
Se eu não tivesse te conhecido naquele dia, eu provavelmente não me importaria com o girar do relógio. 
Você me fez dar valor a cada dia, mudou todos os meus dias, e amanhã, eu quero passá-lo com você, eu quero passá-lo com você".

(Tradução de Tomorrow Morning, tema de abertura, cantada pelo sapão do Techarukpong Chatchawit)

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