domingo, 2 de julho de 2017

Amizades eternas

Os mais supersticiosos dizem que a vida devolve aquilo que damos a ela. Claro que eu não acredito numa bobagem dessas mas de qualquer forma, acredito que as vezes nos dá si coisas em troca daquilo que damos. Obviamente a regra é uma espada de dois gumes, servindo tanto para o bem quanto para o mal. Dizem que se vivemos positivamente, o mundo nos dará coisas boas, e se vivermos negativamente, bem a premissa é mesma. 

Muitas vezes no entanto a vida nos dá mais do que merecemos, sem que possamos dar nada de valor equivalente em troca. Ficamos então num débito eterno com o mundo, sem que tenhamos possibilidade de respeitar a lei da troca equivalente.

Mas a vida é sempre equilíbrio, e quando não podemos fazer valer alguma lei a própria natureza se encarrega de corrigir esse erro. Ela dá, e se não podemos devolver, tira. E é assim nos mais diversos campos da vida humana, ao menos nos que pude observar.

As vezes conhecemos pessoas, e nos sentimos tão gratos por elas existirem que não sabemos como é possível expressar gratidão pelo simples fato de ela existir, e ainda mais de compartilhar conosco sua amizade. Em momentos como esse me pergunto quando será aplicada a lei da troca equivalente, que buscará poder os excessos da referida amizade.

Os agentes reguladores de tal equilíbrio são cruéis e brutais, geralmente aparecendo na forma de pessoas que de alguma forma interferem negativamente, provocando atrito. Tais pessoas são o fogo pelo qual se prova o ouro da amizade. Algumas situações também põem as amizades à prova, como aquelas em que acontecem embates entre diferente sensos de justiça ou lealdade. 

As verdadeiras amizades, bem como os verdadeiros amores, são aquelas que superam essas adversidades e permanecem unidas, ainda mais próximas do que antes de elas surgiram. Nem todas sobrevivem, é claro, e muitas se perdem ou enfraquecem no caminho. Algumas perdem as cores, outras se tornam tão finas quanto uma folha de papel, quase imperceptível até mesmo para aqueles que a possuem.

Daí os experientes dizem que na vida, pouquíssimos sãos os amigos verdadeiros, em número menor do que os dedos das mãos, e acredito que estejam corretíssimos. 

Nem todas as amizades são eternas, nem todas sobrevivem ao tempo, ou aos ciúmes, ou a vida. Nem todas as amizades são eternas, mas aquelas que são, se é que ainda existem, devem ser de todo indestrutíveis.

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