quinta-feira, 6 de julho de 2017

O frio e o calor do coração

O frio no Brasil não costuma ser muito intenso, mas quando o é geralmente pega a nós "brasilianos" desprevenidos. As opiniões ficam divididas, como em todos os outros aspectos desse nosso grande país. Há quem goste do frio e há quem deteste, e há aqueles que mantém suas opiniões com algumas ressalvas.

Eu particularmente gosto do frio, me sinto mais disposto do que no calor e francamente acho que posso me vestir melhor. Não gosto muito de ficar incomodado com o suor e nem com aquelas marcas de transpiração embaixo do braço, traço característico de quem, assim como eu, sofre de ansiedade. Nessa época também as pessoas ficam mais caseiras, seja porque geralmente o frio coincide com a época de recessos de meio do ano, quando todos estão saturados de tanto trabalhar, ou porque o frio deixa as pessoas mais arredias, buscando refúgio constante no aconchego de suas casas quentinhas. 

Também uso essa época como desculpa para não sair muito de casa, afinal sou bem caseiro, e convenhamos que é bem difícil ficar na cama o dia todo quando o calor impera vigoroso. No frio isso além de bem mais agradável é socialmente aceito. Por isso gosto do tempo frio.

No entanto, se há uma frialdade que não gosto é aquela frialdade do coração, aquela frieza interior que se torna visível no exterior através de nossas janelas da alma, os olhos! Gosto do tempo frio, mas prefiro as pessoas de coração quente! Prefiro aqueles que, assim como eu, tem sempre dentro de si uma chama ardente e inflamada de amor constante, bem como uma frequência afetiva igualmente alta. 

Embora o tempo esteja frio é no calor da cama que ele encontra seu significado maior e mais completo, assim como é também no coração das pessoas que o amor encontra sua beleza no calor. Como são belos os olhos daqueles que amam, e como sofrem aqueles que amam como o fogo queima. São consumidos por seu amor como o fogo consome a lenha, e como o fogo que converte tudo em fogo o amor vai aos poucos moldando e transformando tudo o que toca.

Faço parte do time dos que preferem o frio, mas que gostam de curtir a baixa temperatura no aconchego de um abraço caloroso, nos lábios quentes de um grande amor ou na companhia de um coração ensandecido. De corações frios quero distância, como também a quero do calor e de seu mormaço enfraquecedor, que enfraquecem o corpo e a alma num infinito torpor.

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