Já parou pra pensar que as coisas acabam? Parece que tudo
tem um prazo de validade, uma hora pra acabar, uma season finale, um ponto
final...
Leonardo DiCaprio já não é mais tão bonito quanto era 10
anos atrás. É apenas um cara normal agora, e olha que ele já foi gato. Isso
deve acontecer comigo também, com a diferença é que nunca fui um gato, e nem
sequer normal, portanto seguindo a escala atômica da desgraça eu nem quero
imaginar como estarei em alguns anos.
Até os prédios, sólidos e grandiosos mostram em si o peso do
tempo em suas estruturas. Por mais robusta que seja uma construção ela uma hora
vai começar a dar sinais de sofrer com as intempéries do tempo. Se isso
acontece com os prédios, de aço e concreto, o que será de nós, pedaços de uma
carne fraca e uma mente mais fraca ainda?
Tudo na nossa vida também passa, acaba, termina. Nossas
amizades esfriam, e chegamos ao ponto de ignorar a pessoa que um dia chorou em
nosso ombro, ao cruzarmos na fila da loja de conveniências do posto de
gasolina. Digo, se os laços que dizemos ter uns com os outros são assim tão
verdadeiros porque eles acabam, se desgastam a ponto de nem sequer ser mais
possível reatá-los?
Penso então que talvez não existam laços verdadeiros, mas
que o máximo que podemos viver é apenas um traço temporário, um badalar de
sinos no relógio da eternidade, isso quando muito. Tenho observado que na
verdade nada do que temos é realmente forte, concreto, mas apenas uma ilusão
que criamos para que não tenhamos a impressão de estarmos flutuando no mundo
sem nada de realmente concreto para nos agarrar, para nos amparar.
Desse ponto de vista tudo aquilo que envolve as relações
humanas é como um castelinho na areia, tão frágil e passageiro que até a menor
das ondas o destrói completamente, deixando a impressão de que o castelinho sequer tenha existido ali um
dia. Simples assim, efêmero assim!
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