segunda-feira, 31 de julho de 2017

Castelinho

Já parou pra pensar que as coisas acabam? Parece que tudo tem um prazo de validade, uma hora pra acabar, uma season finale, um ponto final...

Leonardo DiCaprio já não é mais tão bonito quanto era 10 anos atrás. É apenas um cara normal agora, e olha que ele já foi gato. Isso deve acontecer comigo também, com a diferença é que nunca fui um gato, e nem sequer normal, portanto seguindo a escala atômica da desgraça eu nem quero imaginar como estarei em alguns anos.

Até os prédios, sólidos e grandiosos mostram em si o peso do tempo em suas estruturas. Por mais robusta que seja uma construção ela uma hora vai começar a dar sinais de sofrer com as intempéries do tempo. Se isso acontece com os prédios, de aço e concreto, o que será de nós, pedaços de uma carne fraca e uma mente mais fraca ainda?

Tudo na nossa vida também passa, acaba, termina. Nossas amizades esfriam, e chegamos ao ponto de ignorar a pessoa que um dia chorou em nosso ombro, ao cruzarmos na fila da loja de conveniências do posto de gasolina. Digo, se os laços que dizemos ter uns com os outros são assim tão verdadeiros porque eles acabam, se desgastam a ponto de nem sequer ser mais possível reatá-los?

Penso então que talvez não existam laços verdadeiros, mas que o máximo que podemos viver é apenas um traço temporário, um badalar de sinos no relógio da eternidade, isso quando muito. Tenho observado que na verdade nada do que temos é realmente forte, concreto, mas apenas uma ilusão que criamos para que não tenhamos a impressão de estarmos flutuando no mundo sem nada de realmente concreto para nos agarrar, para nos amparar.

Desse ponto de vista tudo aquilo que envolve as relações humanas é como um castelinho na areia, tão frágil e passageiro que até a menor das ondas o destrói completamente, deixando a impressão de que  o castelinho sequer tenha existido ali um dia. Simples assim, efêmero assim!

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