quarta-feira, 12 de julho de 2017

Pastoreados por lobos

A Diocese de Luziânia acordou em festa (!?) nesta manhã de quarta-feira com o anúncio da aceitação da renúncia de seu Bispo Diocesano, agora emérito, Dom Afonso Fioreze, que nos últimos anos conduziu, ou tentou conduzir, o governo da nossa jovem porção do povo de Deus que caminha pelas estradas da vida rumo ao céu, ou sob o báculo dos bispos ligados a CNBB nas estradas rumo a um lugar um pouco mais abaixo, leia-se como quiser.

Dom Waldemar Passini assume o governo pastoral da Diocese de Luziânia (GO), por força da aceitação da renúncia de dom Afonso Fioreze ocorrida nesta quarta-feira, 12 de julho. O comunicado da Nunciatura Apostólica feito para anunciar a renúncia por razão de idade, também traz a informação de que “em consequência, o governo pastoral da Diocese de Luziânia será assumido pelo Excelentíssimo dom Waldemar Passini Dalbello, bispo coadjutor”. (CNBB)

Uma visita rápida a quaisquer duas ou três paróquias distantes dentro de nosso território pode mostrar o quão heterogênea tem sido a atuação pastoral do nosso clero. Muito embora a diversidade de carismas seja reflexo do Espírito Santo que age sobre a Igreja o que verificamos aqui é uma diversidade de espiritualidades que pouco ou quase nada exprimem de verdadeiramente católico. Parece que vivemos no verdadeiro "mundo de ninguém" onde qualquer um encarregado sobre a administração de uma paróquia faz o que bem entende com sua visão minimalista e superficial da Igreja. 

Como resultado temos aqui uma Missa celebrada em mais de 3 horas de duração sendo destas apenas 30 minutos dedicados a oração eucarística, comunhão, ação de graças e ainda os irritantes avisos finais que nada contribuem para uma verdadeira devoção ao maior tesouro que a Igreja possui, a Eucaristia. Do outro lado da rua temos uma Missa festiva, carnavalesca e completamente arbitrária, fruto das mentes criativas de nossos agentes de pastoral e padres que francamente recebem menos formação do que alguém que tenha aberto o catecismo e estudado por si só. Tal diversidade não exprime a ação do Espírito Santo, mas apenas mostra que todos estão cegas, tateando as escuras, buscando cada um a seu modo a forma correta de caminhar até a verdade. Não culpo esse ou aquele como responsável, mas um conjunto de realidades e ações que nos lançaram a esse lamaçal doutrinário onde a inversão total de valores tem sido o único objetivo final. 

A Dom Afonso sempre faltou o pulso firme que um pastor precisa ter com seu rebanho, e excetuando por algumas poucas intervenções quase nada fez para frear a onda de confusão que se estendia por sobre sua diocese. Também lhe faltava saúde, pobrezinho, e um pouco de bom senso também. Nunca teve visão do que realmente deveria ser prioridade. Temos hoje uma diocese que se encaminha para uma boa estruturação econômica, mas cuja pastoral está jogada aos lobos, e antes estivesse às traças. De nada adianta, penso eu, uma estrutura econômica se a fé dos fiéis e em consequência sua salvação, está em risco. Mas ao que parece aos bispos brasileiros a salvação das almas é uma preocupação que não encontra espaço na igreja pós-conciliar que, embora aberta e viva faz de tudo, menos levar a salvação. 

O seu sucessor no entanto não terá um governo caracterizado pela omissão, creio que não, mas sim caracterizado por suas fortes opiniões políticas, progressistas em sua assustadora maioria. Quase sempre precisamos observar com cuidado as ações de uma pessoa antes de entender suas opiniões, o que não se aplica a Dom Waldemar, cujas ações deixam claro que logo nossa diocese será um espelho das arquidiocese de Brasília e Goiânia. Empresas que visam o lucro em cima do genocídio de seus clientes, quero dizer, fiéis e que nada exprimem de católico em suas ações. 

Dom Waldemar é um bispo jovem, porém já com grandes serviços já prestados à Igreja. Nomeado bispo auxiliar de Goiânia (GO) em 30 de dezembro de 2009 e ordenado em março de 2010, ele realizou um trabalho reconhecidamente de grande expressão na capital goiana. Já em 2011, foi nomeado pela Congregação para os Bispos como Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília (DF) no período até a posse do novo Arcebispo Metropolitano de Brasília, dom Sergio da Rocha, atual Cardeal e presidente da CNBB, que ocorreu aos 6 de agosto de 2011. Foi nomeado bispo coadjutor de Luziânia em 3 de dezembro de 2014. (CNBB)

De fato grandes serviços mesmo... Seminários vazios, retrato de uma pastoral vocacional fundada na busca de pessoas que correspondam ao modelo barato de sacerdote que nossa igreja tem formado, e não baseada no ensinamento bimilenar da verdadeira vocação sacerdotal de Cristo. Matam seus fiéis de diabetes, mas incapazes de defender a verdade. Aliás, sacerdotes que são formados não rezando a Liturgia das Horas, tesouro secular, mas apoiados num sistema novo desenvolvido sabe-se lá onde mas que certamente já tem seu objetivo alcançado nos padres midiáticos, aversos a batina e adeptos ao relativismo tão caro ao nosso Brasil...

Temos então um povo sedento de Deus, mas que encontra apenas psicologia barata e filantropia, mas não fé e muito menos doutrina. Hermenêutica da continuidade nem sequer é cogitada, mas novas formas de evangelização que na verdade são apenas teorias psicológicas travestidas de espiritualidade barata. 

Uma igreja que não se destaca do mundo, mas que se encaixa perfeitamente nele, pois a época em que era necessário viver a sua fé diferente do que prega o mundo já passou. Uma igreja onde a batina afasta o povo que busca justamente ser diferente do mundo onde vivem, mas que os embala e os encaminha novamente para o mesmo mundo, ainda mais despreparados para enfrentar os desafios de sua fé do que estavam antes. Uma igreja que sabe todas as músicas da Colo de Deus (sic!), pois tocam em todas as missas, mas não sabem rezar sequer um Pater Noster, em comunhão com toda a Igreja verdadeiramente católica. Não reconhecemos mais nossas igrejas como igrejas, afinal seus prédios apontam para o que nossa fé se tornou, uma construção feia e barata inventada do nada, e que ao nada leva a todos nós. 

Resta ao povo de Deus colocar os joelhos no chão e rezar pelo futuro de nossa amada Mãe e Mestra da Verdade, só não poderemos ajoelhar durante a oração eucarística, pois se trata de um exagero. Devemos ficar de pé, enquanto ouvimos a assembléia tomar parte nas orações que sempre foram reservadas ao sacerdotes e que não são mais, afinal esses tempos já passaram. 

Tempos em que o bispo era a sede da verdade na diocese, onde guiava seus sacerdotes e seus fiéis sob a rocha invencível de Pedro. Mas o que mais poderíamos esperar não é mesmo? Afinal se nem Pedro sabe aonde vai, como suas ovelhas poderiam saber?

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