segunda-feira, 2 de abril de 2018

Começa a semana

Veio a tarde, e depois a noite, e findou o dia. A semana sequer começou direito e já me recordo das impressões que a última deixou em mim e que dificilmente esquecerei... 

Fiquei frente a frente com o Amado de minh'alma, e os olhares se cruzaram de forma tão fria, que qualquer pessoa na terra duvidaria de que um dia os dois teriam sido almas tão próximas que poderia dizer-se que fossem apenas um! 

Acredito que o fato mais triste sobre a distância é que, quando ela se mantém por muito tempo no plano físico, o plano afetivo a segue, e uma vez que a distância se instale no afeto, nem mesmo o vencimento da distância física pode desfazer o que se perdeu. 

A amizade é, para mim, como um cristal fino que, uma vez quebrado não torna a ser como antes. Claro, sempre nos resta a possibilidade de adquirir um novo, mas alguém como eu não gosta de se desfazer dos cacos, e constantemente se corta com os cristais quebrados de meu coração. 

O seu olhar frio me enrijeceu a alma, e embora fizesse calor naquela Tarde da Paixão de Nosso Senhor, eu senti o ar frio do seu coração a me paralisar. É com um sorriso desconcertado que agora eu percebo que, o seu olhar frio mostra isso, você seguiu em frente, ao passo que eu apenas alimentei uma eterna saudade, que como raízes agressivas se espalharam em meu peito e agora ocupam todo o meu ser.

Uma pequena lágrima fria escorre no meu rosto quente, e essa dicotomia entre o frio e o calor que há em mim se mostra também na forma como eu e você tratamos um ao outro. Ou não... A quem estou querendo enganar? A mim mesmo? Não há forma de tratamento entre eu e você, apenas somos agora dois estranhos na multidão, tão distantes quanto outros dois que nunca tenham se visto ou se amado.

A distância se instalou aqui dentro, bem como a fria indiferença do seu olhar se gravou no meu coração, e mesmo sabendo que um dia fomos, não seremos mais, e é com essa constatação que começo a semana. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário