quarta-feira, 11 de abril de 2018

Dúvida em verso

Relutei em dizer certas coisas, 
relutei em me entregar novamente, 
relutei em me derramar novamente. 

Ao chão. 
Em vão. 

Relutei em escrever essas palavras. 
Temia que soasse apenas mais do mesmo. 

Um apego, 
sem apreço. 

Tenho buscado a solidão do meu quarto. 
Ouço apenas as notas musicais
e as intermináveis aulas de filosofia, 
que me dão a sensação de não estar parado. 

Quando estou. 
Quando sou. 

As constatações. 
As aspirações. 
As compreensões. 

Todas necessitam de tempo para serem assimiladas. 
E esse tempo precisa ser entre eu e meu intelecto. 

Entre eu e meu espírito. 
Entre eu e o silêncio das noites escuras. 

Evitarei dizer certas coisas.
Evitarei me entregar novamente,
evitarei me derramar novamente. 

Não quero sofrer com o adeus inevitável.
Prefiro não conhecer mais ninguém
Se amanhã terei de enterrar mais lembranças novamente.

Não direi certas coisas.
Não me entregarei novamente,
não me derramarei novamente. 

Não direi certas coisas?
Não me entregarei novamente?
Não me derramarei novamente?

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