quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Chamas luxuriosas

Dias difíceis de controlar o fogo impetuoso que arde dentro em mim. A vontade de me entregar torpemente as paixões mais baixas do meu ser me envolvem e me acariciam sinuosamente. Como uma mão pervertida os tentáculos gelados da luxúria vagueiam pelo meu corpo, estimulando constantemente meu cérebro num oceano de hormônios viscerais.

Se eu fechar os olhos contemplarei apenas as cenas mais sujas dos meus instintos mais primitivos. Verei não o homem que sou, mas a besta que anseio me tornar. Despido de todos os meus selos, com todas as vergonhas arrancadas pelos lábios ferozes de meus demônios, o corpo coberto pela saliva intoxicante das pestes que me lambem.

Os olhos giram, os músculos se retraem, o suor escorre, o rubor acontece e o gemido incendeia toda a atmosfera, que como o sangue se pinta de um vermelho lúgubre como as chamas bruxuleantes de uma lareira, que ilumina os corpos ensandecidos que ali se entregam não ao amor, mas aos braços das mais pavorosas orgias. 

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