sábado, 20 de outubro de 2018

Fonte de amor

Há alguns dias me disseram que eu estava sendo egoísta, em guardar para mim tudo o que sinto, tudo o que sou, tudo o que sei. Admito que recebi a observação com certa estranheza, mas quando pensei nisso com um pouco mais de atenção eu percebi que na verdade é bem isso que tem acontecido realmente. 

Já não falo mais como falava antes, me abrindo completamente a todos, e com exceção desse espaço onde de fato digo tudo o que sinto sem filtros, não há alguém que me escute com sinceridade. Isso porque comecei a entender que as pessoas não conseguem compreender o que sinto, e isso causa nelas certa estranheza e às vezes até mesmo certa repulsa. 

Isso porque sinto demais, com intensidade demais, e qualquer coisa tem para mim um significado transcendente que os outros achariam absurdo se soubessem. Isso porque também amo demais, com uma intensidade obsessiva, com uma paixão tão assustadoramente arrebatadora que causa medo em quem não a compreende. E, digo isso com base no que já vivi, não creio que existam muitas pessoas por aí que sejam capazes de entender. 

Quantas vezes isso me trouxe dor e sofrimento? Quantas vezes eu desejei que o outro fosse capaz de entender meu amor? Quantas vezes eu me perguntei como podem as pessoas viverem sem amar apaixonadamente?

Cabe a mim a paciência e o entendimento de não esperar ser compreendido por aqueles que vivem sem amor, que não conseguem entender o que sinto, antes, eu devo compreendê-los, e me compadecer de suas vidas vazias. 

Eu percebi também, que não deixei de amar em nenhum momento, mas apenas de expressar esse amor de forma indiscriminada, me tornando motivo de risos para aqueles que sequer conseguem me entender, mas continuo amando, amando tanto, mais até do que gostaria, mais até do que considero certo... Mas talvez isso seja eu me deixando ser contaminado por eles, pelos incapazes de amar, que aos poucos venha considerando meu amor como um fardo. 

Mas ele continua fluindo livremente dentro de mim. Continua amando, apaixonadamente, mesmo quando não sou lembrado, quando sou insultado, abandonado. Continuo amando, e continuarei, até que se esgote essa fonte de amor que há em mim...

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