quinta-feira, 23 de julho de 2020

Uma ida ao mercado

Tentei, em vão, dormir desde as 14h (e já passam das 17h) mesmo com uma boa dose de Diazepan 10mg. Odeio quando isso acontece. Fico pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo, a mente vagueia em círculos e me sinto como um ratinho preso num labirinto. É um saco!

Hoje foi dia de ir as compras, o que se mostrou um verdadeiro suplício desde que essa pandemia nos obrigou a tomar medidas de proteção o tempo todo. Álcool em gel a cada vinte passos, tentar manter a distância das pessoas de no mínimo dois metros num mercado lotado e, como não poderia deixar de ser, pessoas com as máscaras no meio do rosto, crianças correndo pra lá e pra e tocando em tudo (aliás, pra quê levar crianças num lugar como esse?). Um verdadeiro pandemônio. 

Os preços todos pela hora da morte, parece que os comerciantes se aproveitaram da crise pra lançar sobre nossas costas ou, melhor, sobre nossos bolsos, todo o ônus. As placas promocionais em escritas em letras garrafais amarelo canário são apenas um chamariz. É incrível a capacidade do homem de se aproveitar do outro até mesmo nos momentos de maior dificuldade. 

Por isso, e também por motivos de querer preservar a minha saúde (sabe-se lá o motivo) eu tenho preferido ficar em casa, tendo acompanhado minha mãe pelo simples fato de que ela sozinha não daria conta de uma compra tão grande, já que agora somos sete pessoas em casa, além das constantes visitas, que elevam a esse número para pelo menos dez, e isso num dia bom.

Acabei o dia sem paciência nenhuma para ler ou ter qualquer outro tipo de contato com seres humanos, pessoal ou virtualmente. Estou cansado. Tentei então dormir mas, como essas palavras testemunham com uma infelicíssima brutalidade, cá estou eu, com sono porém desperto, com os olhos vermelhos e vidrados como um completo maluco. 

Odeio este estado de vigília em que paro, penso, reflito com profundidades e não chego a conclusão alguma. É patético na verdade. Em alguns dias eu até consigo ser produtivo, assistir várias aulas, ler um livro de quase seiscentas páginas em três dias, mas em outros, eu sou pior que inútil. Mas é o que temos pra hoje, meu passatempo foi reorganizar os cremes, óleos e outros produtos de beleza na prateleira do banheiro, o máximo de aproveitamento que tive. 

Não posso dizer, no entanto, que isso é culpa da pandemia (vírus maldito!) mas sempre fui assim. Parte de ser bipolar é intercalar dias de extrema produtividade com momentos de uma incapacidade total. E bem, é assim que eu sou. Essencialmente desequilibrado. 

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