domingo, 7 de novembro de 2021

Resenha - Bite Me

O Mark Siwat não é novo no meio BL, já o conhecemos de obras como Love By Chance, no papel do controverso Kengkla, ou em The Stranded, no trágico par romântico com o Perth Tanapon, mas agora ele finalmente ganhou a chance de brilhar num papel principal e, pra quem acompanhava esse ator tão carismático, a série foi uma gratíssima surpresa. 

Bite Me conta a história do jovem chef Aue (Zung Zidakarn) que, embora já seja renomado, ainda sente que falta algo a sua cozinha, e Aek, personagem do Mark, um jovem entregador que tem um talento extraordinário pra cozinhar, herdado da mãe e da avó que, mesmo de forma simples, sempre cozinharam com muito amor e ensinaram isso ao garoto. Desde a primeira vista Aue se impressiona com a capacidade de Aek de identificar os ingredientes de um prato já embalado apenas pelo perfume, demonstrando uma sensibilidade excepcional pra culinária. Aue decide então convidar o jovem para fazer parte de sua equipe no restaurante, após ele demonstrar que podia até mesmo encantar o chefe experiente com sua comida. 

Aek é apaixonado por culinária, mas cursa outra coisa porque sua mãe não quer que ele tenha um futuro em que ele precise trabalhar tanto quanto ela, que tem uma modesta cozinha numa cidade do interior. Por isso ele reluta em aceitar o convite de Aue, que já está apaixonado, mas acaba cedendo depois de perceber que quer lutar por aquilo que ele ama. 

Aue, por ser mais velho, entende melhor seus sentimentos quanto ao mais novo e demonstra de um modo todo delicado seu afeto. Aliás, esse é o ponto chave da série, que acabou recebendo críticas injustas nas redes sociais por aparentemente dar um andamento lento demais pros personagens. Acontece que essa era exatamente a proposta, seguir o desenvolvimento como o longo preparo de um prato, que exige delicadeza e uma boa dose de paciência. Com isso somos brindados com muitas cenas da cozinha, inúmeros closes no preparo de diversos pratos da cozinha tradicional tailandesa, que é sensacional, e também da alta gastronomia. Quanto ao lado sentimental, os personagens vão como que se cozinhando em fogo brando até que finalmente, após passarem por todo o processo, que inclui algumas dificuldades, poderem finalmente ficarem prontos e serem apresentados como um belo prato a ser apreciado. Isso pode dificultar o entendimento da história passando uma imagem um pouco lenta demais, mas não é um defeito e sim a própria proposta.

Assim como no cozimento os alimentos passam por uma composição de sabores os personagens vão amadurecendo sua relação e, especialmente Aek, a aceitação de seus sentimentos pouco a pouco, até chegar a apresentação final. Dá gosto de ver como o personagem foi construído e a atuação impecável do Mark merece parabéns. Zung também não fica atrás, conseguindo passar uma grande carga emocional do chef em relação ao mais novo. 

A delicadeza da fotografia e do roteiro, compacto e com diálogos mega espaçados dão a dimensão citada anteriormente, o resultando é uma séria cativante que encanta o olhar e aquece o coração, assim como uma boa refeição preparada com muito carinho. 

O casal secundário, Vich (Toon Atirootj), amigo de Aek apaixonado por doces e fotografia e que acaba se aproximando de Prem (Paam Setthanan), o chef responsável pelas sobremesas do restaurante de Aue também tem um desenvolvimento satisfatório, embora só ganhem destaque mesmo no final, assim como a sobremesa depois do prato principal. Os dois são extremamente fofos e doces. 

A trilha sonora também é um show à parte, as faixas Be Mine, de Sudkhate Jungcharoen, e Taste Like You, de Four, são simplesmente sensacionais. 

Enfim, Bite Me é uma série linda, que não vai ser entendida por todos mas que deve ser apreciada lentamente, como que degustada, pra ser bem compreendida. 

Nota: 10/10



Nenhum comentário:

Postar um comentário