quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Bom e Belo

Acho que todos desejariam um amor ideal, um amor desses de novela, onde o mocinho faz de tudo pela mocinha, onde ele reúne em si todas as qualidades de um nobilíssimo cavalheiro, resultando então na idealização do romance da forma como o vemos nas séries. E penso já ter tratado disso em outra ocasião mas, como no momento, é o que está em meu coração, preciso partilhar algumas impressões novamente.  

É que me vejo vítima fatal da idealização romântica que as séries têm causado em mim e, por si só, não acho que elas sejam algo de ruim, muito pelo contrário, se a crise social de hoje se deve a absoluta falta de virtudes e inversão de valores uma obra que consiga resgatar esses valores é, no mínimo, digna de atenção. 

Os personagens nessas séries constantemente reúnem em si as virtudes mais belas num homem: são fortes em caráter e mente, extremamente bonitos, atenciosos, românticos, caridosos, todas as virtudes que não vemos normalmente são neles representadas e eles se tornam então símbolos dessas virtudes. 

Para a nossa infelicidade a ocasião de nossa queda é justamente quando voltamos o nosso olhar para o mundo real, e somos confrontados com a ausência das virtudes ali simbolizadas. Ninguém é perfeito como um Hong Du-Sik (Hometown Cha Cha Cha) que é capaz de fazer tudo e mais um pouco, ou ninguém tem a personalidade cativante e a beleza estonteante de um Sa Hye-Jun (Passarela de Sonhos), e olhar pra qualquer homem real em comparação a eles é algo que causa pena. 

Mas as obras não perdem por isso o seu caráter didático, onde nos inspiramos a buscar essas virtudes, é só que a diferença entre a ficção e a realidade é tão grande que nos causa uma certa estranheza. Por isso torno a perguntar: quem nunca sonhou com um relacionamento perfeito como esses das séries? É um movimento quase que instantâneo da mente em imaginar como seria se nós vivêssemos aqueles sonhos acordados. Infelizmente nos é impossível, senão que devemos continuar a buscar a virtude, impelidos por eles que se tornaram símbolos do que ainda há de bom e belo no mundo. 

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