Veio a noite e uma manhã. Mais um dia. Sono profundo, mas o ar péssimo dos últimos dias tem incomodado bastante, acordei várias vezes durante a noite e tive até que fazer uma lavagem nasal para conseguir respirar melhor. Permanece o corpo pesado, os olhos querendo se fechar, assim como o coração querendo encerrar-se no meu quarto por pelo menos mais um dia, ou dois, ou vários. Esses episódios sempre fazem com que os dias se tornem mais longos, doloridos, que passem lentamente, como uma verdadeira tortura.
Tenho percebido que nesses dias eu venho repetido algumas músicas, só agora percebi que o fiz quase inconscientemente, como se buscasse nelas algum tipo de conforto, algo assim, se é que é possível encontrar isso nesse mundo. Venho repetido os álbuns do INFINITE e do 10cm, o dia inteiro no trabalho e também em casa depois que chego. Mas ainda assim, é como se durante todo esse tempo eu estivesse caminhando em cacos de vidro, ou deitado em brasas, tudo dói o tempo todo.
Levantei com muita dificuldade. Nem consigo descrever a força que me foi necessária para isso. Era como se precisasse erguer a abóbada do mundo sob meus ombros, mas não, não era nada disso, era apenas erguer o meu corpo da cama. Mas eu consegui, depois de um esforço hercúleo. E cheguei até aqui.
E só consigo pensar, até quando essa tortura chamada vida vai continuar.
Os últimos dias têm sido de uma dificuldade indescritível. Eles se demoram longamente, e eu tenho praticamente me arrastado da cama pro trabalho e depois de volta pra cama numa espécie de ciclo do inferno.
Estou à espera de um novo ciclo, de um novo tempo em que me venha energia de novo. Agora, tudo o que penso em fazer é esperar o tempo passar, mas ele não passa, ele demora. E agora, o que eu devo fazer agora?
se nos lábios não há prece,
se no coração não há tremores,
se não há mais nada,
só silêncio, frio e escuridão,
o que se deve fazer?
~
Enquanto no mundo tem gente pensando
que sabe muito,
eu apenas sinto.
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